Schneider vê a internet ligada a tudo o que mexe até 2020
O diretor-geral da Schneider Electric em Portugal aponta para estimativas de que existam 30 mil milhões de dispositivos conectados em 2020. Mas acredita que pode ser "muito antes".
O verão ainda não chegou, ainda que muitos já anseiem pelo tempo quente. Mas antes de entrar no automóvel para ir à praia, há quem já agarre no telemóvel para ligar a climatização à distância. É apenas um exemplo da forma como tudo começa a estar conectado. Em breve, passará a ser uma realidade na vida de muita gente. A internet das coisas está a acelerar. E, diz João Rodrigues, diretor-geral da Schneider Electric em Portugal, vai massificar-se até 2020.
Já havia, no final do ano passado, 8,4 mil milhões de dispositivos ligados à internet. Estima-se também que, em 2020, existam 20,4 mil milhões destes dispositivos conectados. Mas previsões são previsões. E há previsões para todos os gostos. As de João Rodrigues são mais otimistas. “[Estima-se que] existam 30 mil milhões de dispositivos ligados em 2020. Eu acho que vai ser muito antes”, afirmou, num encontro com jornalistas. Se o mercado ganhar mais maturidade, teremos dispositivos conectados e sensores em cada esquina da nossa rua.
E a Schneider Electric tem vindo a ganhar relevo neste segmento, desenvolvendo soluções de domótica para a nova era das casas inteligentes, assim como sensores e outras tecnologias de controlo e automatização de edifícios. Avaliada em quase 40 mil milhões de euros, a empresa tem ainda operações noutros segmentos, como o da eficiência energética. Mas a aposta não é só neste ramo. Também chega à indústria.
Até os contadores inteligentes da EDP, por exemplo, vão passar a comunicar melhor com os postos de transformação graças a uma aposta na tecnologia da Schneider. É, aliás, uma área que pode beneficiar desta nova vaga de conectividade que vem para impactar tudo e todos. Seja nas casas, nas fábricas, nas empresas ou nas cidades. “Temos vindo a ser muito bem-sucedidos nestas áreas”, disse.
[Estima-se que] existam 30 mil milhões de dispositivos ligados em 2020. Eu acho que vai ser muito antes.
Este novo mundo digital está a transformar a sociedade e os negócios, algo que o gestor da multinacional em Portugal também reconheceu, ao referir um “aumento absolutamente exponencial do mundo digital” nos últimos anos. E se dúvidas existem de que isso seja bom ou mau, João Rodrigues não deixou margem para dúvidas. Garantiu que o digital “vai permitir melhorar a eficiência das organizações”.
Da mesma forma, lembrou que ainda há uma parte da população mundial sem acesso à internet e que também existem pessoas que nem sequer têm energia elétrica, em alguns pontos do globo. “Mil milhões não têm acesso a energia. É uma dicotomia brutal”, referiu o gestor, para depois indicar: “A energia é um bem necessário à vida. O digital também.” Neste âmbito, a Schneider Electric em Portugal assumiu recentemente um compromisso. Essa promessa foi a de que, “até 2030, toda a energia consumida pela Schneider venha de fontes renováveis”.
Mas a internet das coisas também traz desafios. É certo e sabido que, com o crescente aumento de dispositivos conectados, será exigido cada vez mais às infraestruturas de comunicação. Por isso, o setor das telecomunicações está a trabalhar na transição para a quinta geração de rede móvel, que permitirá maiores débitos e a capacidade de enviar e receber grandes quantidades de informação de forma bem mais rápida.
Outro desafio que tem vindo a ser apontado é o risco da interconectividade. No final de 2016, uma rede composta por milhões destes dispositivos foi usada para derrubar alguns dos maiores sites existentes na internet, num ataque informático inédito. A indústria tem vindo a trabalhar para aumentar o grau de segurança destes dispositivos para mitigar esses riscos e aumentar a cibersegurança destes equipamentos.
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