A estratégia da Chronopost para “liderar o mercado” até 2020
A Chronopost quer destronar os CTT para ser líder de mercado do correio expresso até ao final da década. O comércio online tem dado um novo fôlego ao setor, mas a regulação ainda é um tema quente.
Liderar o mercado do correio expresso até 2020 e ultrapassar os CTT CTT 0,00% . É este o objetivo da Chronopost, uma empresa do grupo francês La Poste, especializada em entregas deste tipo. No início de outubro, e embora não avance números concretos, a empresa apresentou resultados “6% acima das previsões” relativamente ao primeiro semestre do ano: um crescimento de 9,3% nas receitas e um aumento de 14,3% na “atividade global da empresa”.
Uma coisa é certa: “O mercado das encomendas está a aumentar exponencialmente em termos de número de expedições” e, dentro disso, a Chronopost quer “liderar o mercado de correio expresso” até ao final da década, diz o presidente, Olivier Establet, em entrevista ao ECO. Mas o que é isso? São todas as “pequenas encomendas urgentes”, explica. É um mercado fortemente impulsionado pelas compras online e só esse segmento representa 20% da faturação global da companhia.
Não estamos a competir com os CTT no mercado postal, nem pretendemos. Não temos licença postal.
Até agora, o balanço é positivo. A Chronopost está “a ganhar novamente quota de mercado e até estamos adiantados na trajetória que nos vai levar à liderança”, refere o presidente. E como se faz isso? A estratégia de Olivier Establet assenta em três pilares. O primeiro é o “crescimento orgânico” nos principais setores em que opera, sejam eles as entregas internacionais, as pequenas encomendas e por aí em diante. O segundo engloba “as aquisições e o crescimento externo” — e, no que toca a aquisições de outras empresas, o presidente promete “novidades” ainda este ano.
Em terceiro e último lugar, a “diversificação”. “Estamos interessados em abrir um pouco os horizontes”, assume. Não, a Chronopost “não vai de repente atirar-se a negócios que não têm nada a ver com o nosso core bussiness“, apressa-se a clarificar. Será isso uma crítica a algum concorrente? “Tome isso como quiser”, responde-nos. Para já, Olivier Establet está de olhos postos nas “entregas imediatas” e na “estafetagem”, uma área que “vai ter uma segunda vida” nos próximos anos.
Regulação é um tema quente
Desafiado a fazer um balanço da regulação nos últimos anos, Olivier Establet recorda que o setor “teve, por agenda política, de realizar a liberalização postal”, criando-se o serviço universal de correio — diferente do serviço de correio expresso. No caso do serviço universal, “uns anos depois, verificamos que a liberalização, objetivamente, foi muito pouca. Nota-se que o operador incumbente [os CTT] continua com praticamente um monopólio”, aponta o presidente.
Em agosto, os CTT foram alvo de uma nota de ilicitude por parte da Autoridade da Concorrência (AdC), que acusou a empresa de abuso de posição dominante por, alegadamente, impedir o acesso dos concorrentes aos meios de encaminhamento e triagem de correio. Segundo os últimos dados da Anacom, os CTT detinham uma quota de mercado de 93,6% no segundo trimestre do ano. “Não vi ainda, propriamente, um regulador interveniente nestas situações”, diz Olivier Establet, notando que “a queixa que é pública” nem sequer foi enviada para a Anacom, mas sim para a AdC.
Quanto ao setor do correio expresso, o presidente da Chronopost aponta as mesmas críticas: “Não vemos a Anacom muito interessada. Vemos que a Anacom só está interessada em aumentar as taxas dos operadores anualmente que, hoje em dia, pagam valores completamente desproporcionados em relação ao serviço que é prestado”, garante. “Deixaram simplesmente de publicar quotas de mercado [para o setor do correio expresso]”, conclui.
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