Homens, sexagenários e académicos. Aí está o governo-sombra do novo PSD
Um executivo com 75% de homens, uma boa dose de antigos membros dos governos de Cavaco, Durão e Santana e com uma idade média de 60 anos. Assim seria o governo de Rui Rio, se fosse eleito hoje.
Este não é um governo-sombra, garantiu Rui Rio, que apresentou, esta quinta-feira, a composição do Conselho Estratégico Nacional do PSD. É só um conselho, com 16 coordenadores e outros 16 porta-vozes de secções temáticas, que não foi feito a “regra e esquadro” para ser um governo, mas que foi “inspirado numa lógica de governo”. Se o fosse mesmo, seria um executivo composto por 75% de homens, com uma boa dose de antigos membros dos governos de Aníbal Cavaco Silva, Durão Barroso e Santana Lopes e com uma média de idades de 60 anos.
O líder do PSD rodeou-se de históricos do partido, muitos dos quais já assumiram cargos ministeriais em vários governos. Há quatro cavaquistas: Luís Filipe Pereira, ex-secretário de Estado da Energia e da Segurança Social; Arlindo Cunha, ex-ministro da Agricultura e ex-ministro das Cidades, Ordenamento do Território e e Ambiente (neste segundo caso de Durão Barroso); Silva Peneda, ex-ministro do Emprego e da Segurança Social; e Álvaro Amaro, ex-secretário de Estado da Agricultura.
Há ainda vários antigos membros de governos de Durão Barroso e de Santana Lopes, e mesmo de Francisco Pinto Balsemão. Feitas as contas, são sete os antigos ministros ou secretários de Estado que agora integram o governo-sombra de Rui Rio. O segundo traço comum entre os coordenadores destas 16 secções temáticas é a atividade que exercem atualmente: 11 são professores académicos.
"Houve alguma preocupação [com a paridade], mas não extrema. Precisava de ter mais uma mulher para cumprir a regra de um terço.”
Sobre as idades, Rui Rio defende-se com os nomes escolhidos para porta-vozes dos coordenadores. Nesses casos, a média de idades é de 45 anos. Mas, considerando apenas os coordenadores, sobe para 60 anos. Mesmo assim, Rui Rio considera que há renovação no partido. “A renovação que aqui há é a capacidade de conjugarmos a experiência, o saber e as ponderações com a vontade e dinâmica própria de quem é mais jovem. Uma sociedade constrói-se assim, com a experiência acumulada de quem já viveu as situações e a vontade dos mais jovens”, sublinhou.
Juntando os 32 nomes, entre coordenadores e porta-vozes, há nove mulheres, um peso de 28%. Considerando apenas os coordenadores, só quatro (25%) são mulheres. “Houve alguma preocupação [com a paridade], mas não extrema“, garantiu. “Precisava de ter mais uma mulher para cumprir a regra de um terço”, deixou escapar Rui Rio. O que também não é verdade: se fossem dez mulheres, representariam 31,25% do total, o que não chega a um terço.
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