EUA prolongam isenção das tarifas a aliados. Bruxelas avisa que não negoceia sob ameaça
A administração de Donald Trump adiou por 30 dias a imposição das novas tarifas sobre as importações de aço e alumínio para os países da União Europeia, México e Canadá.
O governo dos Estados Unidos adiou por 30 dias a imposição das novas tarifas sobre as importações de aço e alumínio para os países da União Europeia (UE), México e Canadá, anunciou na segunda-feira a Casa Branca.
“A administração [do Presidente norte-americano, Donald Trump ] estendeu as negociações com o Canadá, o México e a UE por mais 30 dias. Em todas as negociações, o governo concentra-se em cotas que restrinjam as importações e protejam a segurança nacional”, lê-se no comunicado.
Na semana passada, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o Presidente francês, Emmanuel Macron deslocaram-se a Washington com o objetivo de tentar convencer Trump a tornar permanente a exceção da UE na aplicação das tarifas alfandegárias, de 25% para as importações de aço e de 10% para as de alumínio.
Os Estados Unidos decidiram manter a isenção provisória até ao próximo dia 1 de junho.
De acordo com o comunicado divulgado, a Argentina, o Brasil e a Austrália estão isentos por tempo indefinido. Já a Coreia do Sul está isenta permanentemente, após ter chegado a um acordo definitivo com Washington.
O governo dos Estados Unidos anunciou que o acordo com a Coreia do Sul “é final” e que os acordos com a Argentina, Brasil e Austrália são “princípios de concordância”, cujos pormenores serão anunciados em breve.
A administração norte-americana anunciou, em março, a aplicação de taxas alfandegárias de 25% sobre as importações de aço e de 10% sobre as de alumínio.
EUA prolongam isenção das tarifas a aliados
A Comissão Europeia “tomou nota” hoje da decisão do Governo norte-americano de prolongar a isenção tarifária às importações europeias de aço e alumínio e avisou que a União Europeia “não negociará sob ameaça.”
“A decisão dos EUA prolonga a incerteza dos mercados, que já está a afetar as decisões das empresas”, criticou o executivo da comunidade europeia em comunicado hoje divulgado.
A comissão defende que os seus Estados membros devem gozar de uma isenção “total e permanente”, uma vez que as medidas que a administração dos EUA ameaça aplicar “não podem ser justificadas com base na identidade nacional”.
Neste contexto, a Comissão recordou que “o excesso de capacidade nos setores do aço e do alumínio não é originário da União Europeia”, mas “pelo contrário, a UE comprometeu-se nos últimos meses, a todos os níveis possíveis com os EUA e outros parceiros, a encontrar uma solução nesta matéria.”
Bruxelas também enfatizou que “continuamente” a União tem mostrado abertura para abordar todas as questões sobre o acesso ao mercado de interesse de ambas as partes, mas também deixou claro que, como parceiro e amigo dos Estados Unidos, “não vai negociar sob ameaça”.
“Qualquer futuro programa de trabalho transatlântico deve ser equilibrado e mutuamente benéfico“, acrescentou naquele comunicado.
O executivo acrescenta que a Comissária Europeia do Comércio, Cecilia Malmstrom, esteve em contacto nas últimas semanas com o Secretário de Comércio dos EUA, Wilbur Ross, e com o representante comercial dos EUA, Robert Lighthizer, e que esses contactos “vão continuar”.
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