Granadeiro ouvido novamente pela CMVM

Ex-presidente da Portugal Telecom está a ser ouvido, pela segunda-vez, pelo regulador do mercado de capitais português, no âmbito da compra de papel comercial do GES pela antiga operadora.

Henrique Granadeiro está a ser ouvido, outra vez, pelo regulador do mercado de capitais português. O ex-presidente da Portugal Telecom está a prestar declarações à CMVM, no âmbito de um processo de compra de papel comercial do Grupo Espírito Santo por parte desta operadora. A notícia foi avançada pela SIC Notícias.

Granadeiro foi ouvido pelo regulador do mercado de capitais português pela primeira vez a 18 de abril. Na ocasião, o ECO avançou que o regulador iria ouvir, nos dias seguintes, outros envolvidos no investimento de 900 milhões de euros por parte da PT na dívida da Rio Forte. Volta agora a ser ouvido no âmbito deste processo que, sabe o ECO, está prestes a ser concluído.

Este investimento remonta a 2014, ocasião em que a operadora tinha papel comercial da ESI que foi depois trocado por papel comercial da Rioforte, meses antes da resolução do Banco Espírito Santo (BES). Foi este papel que acabou por gerar a crise na PT que culminou no pedido de demissão de Henrique Granadeiro.

A PT investiu, durante vários anos, em dívida de empresas do GES. As últimas emissões de dívida não chegaram, no entanto, a ser reembolsadas, tendo provocado uma perda de quase 900 milhões de euros. Desde 2012, a PT recebeu de juros mais de 60 milhões de GES.

Esta compra de papel comercial já foi auditada pela PwC, para que se apurassem as circunstâncias em torno dos investimentos realizados nas companhias referidas. Nesse quadro, foram entrevistados vários antigos gestores da operadora e do BES (que era o maior acionista da PT), nomeadamente Henrique Granadeiro.

Em 2016, a Pharol acusou esse gestor, em comunicado enviado à CMVM, de ter violado — em conjunto com Zeinal Bava e Pacheco Melo — “os respetivos deveres legais e contratuais”, nomeadamente no que diz ao pedido de “autorização prévia [ao] Conselho de Administração” quanto à realização de “aplicações em instrumentos de dívidas emitidos por sociedades integrantes do GES”, bem como ao “dever de implementar um sistema de controlo interno adequado à existência de aplicações com tal natureza”.

Importante referir ainda que Granadeiro é também arguido na Operação Marquês, por alegados pagamentos recebidos por gestores da PT.

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