Santa Casa anuncia entrada “simbólica” no Montepio “nas próximas semanas”
Edmundo Martinho garante que a SCML continua empenhada em entrar no capital do Montepio. "Sobre isso não há dúvida, não há recuo".
A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) decidiu fazer um “compasso de espera” na entrada no capital do Montepio Geral, mas a espera poderá não ser prolongada. O provedor da instituição, Edmundo Martinho, admite, em entrevista ao Expresso (acesso pago), que irá “anunciar nas próximas semanas” a entrada “simbólica” da Santa Casa no Montepio, em conjunto com outras misericórdias e entidades da economia social.
O provedor da Santa Casa começa por explicar ao semanário que a decisão da entrada no capital do banco só não se deu até ao final de 2017 devido ao “clamor público que surgiu“, já que “a SCML não pode considerar-se imune ao ambiente em que opera”.
“No final do ano veio ao de cima a história dos 200 milhões de euros por 10% do capital do banco e isso tornou o debate muito mais clamoroso. Nalguns momentos foi de uma indigência total“, afirma.
Mesmo assim, diz, o objetivo era avançar com um investimento em duas componentes: uma de injeção em dinheiro no capital do banco, de valor mais baixo, e uma participação através de obrigações subordinadas. Contudo, a Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG) veio depois anunciar que, afinal, só queria alienar 2% do capital do banco, quando o objetivo inicial da Santa Casa era ficar com 10%. “Surgiu esta baliza nova e perante isso teríamos que entrar com uma posição mais baixa (1%) que acomodasse a recomendação do Haitong de entrada mista. Foi o que aconteceu”, sintetiza Edmundo Martinho.
Seja como for, garante: “A SCML continua empenhada em fazer parte de um banco da economia social, em entrar no capital do Montepio. Sobre isso não há dúvida, não há recuo“. Será necessário, contudo, adaptar-se a uma “realidade nova” e entrar “em conjunto com dezenas de entidades da economia social, de forma simbólica, para reafirmar a vontade de que haja um banco forte da economia social”. O montante a investir poderá ir dos 10 mil aos 100 mil euros, refere. “É uma mobilização que não tem efeitos e repercussões financeiras no capital do banco”.
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