Associação Mutualista “não vai procurar ativamente” novo comprador para o Montepio Seguros
A Associação Mutualista não vai procurar, num futuro próximo, possíveis interessados para vender os seguros do Montepio. Isto depois de o regulador ter chumbado o negócio com os chineses da CEFC.
A Associação Mutualista Montepio Geral (MGAM) não desistiu de vender, mas não vai procurar ativamente um novo comprador para o ramo segurador do Montepio. A decisão é tomada pela entidade liderada por Tomás Correia depois de o regulador dos seguros, a Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF), ter chumbado a proposta apresentada pelos chineses da CEFC China Energy para comprarem o Montepio Seguros.
“Tal como não sucedeu com a oportunidade que foi tornada pública (a da CEFC), não sucederá no futuro próximo que o MGAM procure ativamente parceiros para as áreas seguradoras”, afirma fonte oficial da Associação Mutualista ao ECO. Ou seja, não tentará vender o ramo segurador do Montepio nos próximos tempos, o que não invalida que possa vir a receber propostas de possíveis compradores.
"Tal como não sucedeu com a oportunidade que foi tornada pública (a da CEFC), não sucederá no futuro próximo que o MGAM procure ativamente parceiros para as áreas seguradoras.”
Sobre a decisão do regulador relativamente à proposta do grupo chinês para ficar com 60% do capital do ramo segurador, a entidade liderada por Tomás Correia prefere não fazer mais comentários, dizendo apenas que “compete ao interessado em subscrever o capital instruir o processo junto da ASF. Foi o que fez a CEFC. A deliberação da ASF foi clara”.
Foi no conselho de administração de 10 de maio que o regulador decidiu chumbar a compra do Montepio Seguros pela CEFC China Energy por “considerar não instruída a comunicação prévia da CEFC China Energy Company Limited, e do Shanghai Huaxin Group (Hong Kong) Limited, para aquisição de participação qualificada na Montepio Seguros, ficando prejudicada a sua análise”.
Tomás Correia já tinha afirmado que, mesmo obtendo a aprovação da ASF, este negócio não devia avançar. “Não sei se virão a estar reunidas as condições, ou não”, disse o presidente da Associação Mutualista, salientando que “se o negócio fosse olhado por nós como um negócio para concretizar, que nos tivéssemos a certeza que se ia fazer, nós desde setembro já tínhamos levado o negócio ao conselho geral com uma proposta para definir em definitivo o esquema da participação”.
Não é o primeiro negócio que os chineses da CEFC veem anulado. Em abril, a Fundação Calouste Gulbenkian decidiu pôr termo à negociação que decorria com a empresa para a venda da petrolífera Partex “face à incapacidade desta empresa em as esclarecer cabalmente junto da Fundação”, explicou então a entidade. O ECO também tentou contactar várias vezes a CEFC, mas até agora não foi possível.
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