OCDE desce em uma décima previsão de crescimento para Portugal

A OCDE baixou as suas previsões de crescimento económico de Portugal para 2018 e 2019. A nova estimativa é de 2,2% para os dois anos, ligeiramente aquém das estimativas do Governo.

A OCDE reviu em baixa as estimativas de crescimento de Portugal para 2018 e 2019. A nova previsão é de 2,2% para os dois anos, ligeiramente aquém das estimativas do Governo que apontam para um crescimento de 2,3% para o PIB português, este ano e no próximo.

Os dados constam do Economic Outlook de maio, divulgado esta quarta-feira pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE). As previsões de 2,2% são inferiores em uma décima quando comparadas com os últimos dados avançados no Outlook Económico de novembro.

No relatório com as previsões económicas mundiais, a OCDE estima que a economia portuguesa cresça “acima de 2% em 2018 e 2019”, considerando que a “recuperação continuará a ser apoiada por reformas anteriores, comércio externo e procura interna favoráveis”.

A execução de fundos estruturais este ano vai suportar o investimento e o crescimento do consumo vai permanecer sólido, “refletindo um forte crescimento do emprego“, mas a OCDE adverte que “o crescimento lento da produtividade prejudica a sustentabilidade da recuperação“.

Na frente orçamental, com o investimento público a apoiar o crescimento económico, a OCDE afirma que a política orçamental será “suavemente expansionista” este ano, para se tornar “amplamente neutra” em 2019.

Para a organização, a política orçamental para este ano e o próximo “é apropriada, dada a necessidade de manter a sustentabilidade financeira sem dificultar, ao mesmo tempo, a recuperação económica”.

Neste contexto, a projeção de redução do défice nos próximos anos “é apropriada”: a OCDE alinha a sua previsão com a do Governo para este ano e para o próximo, antevendo um défice de 0,7% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2018 e de 0,2% em 2019.

"Agora que a política monetária está finalmente a começar a voltar ao normal, os governos estão a fornecer suporte à política orçamental.”

Álvaro Santos Pereira

economista-chefe interino da OCDE

Numa análise global, Álvaro santos Pereira, economista-chefe interino da OCDE, salienta a atuação da maioria dos países em termos orçamentais. “Agora que a política monetária está finalmente a começar a voltar ao normal, os governos estão a fornecer suporte à política orçamental” diz o e ex-ministro da economia de Portugal no editorial do documento da OCDE. Mas lembra o papel dos juros historicamente baixos que, segundo Álvaro Santos Pereira, “deu oportunidade aos governos de usar os espaço orçamental adicional para ajudar a acelerar o crescimento”.

A OCDE insiste ainda na necessidade de reformas que promovam a produtividade, o que, defende, inclui medidas para melhorar a eficiência do sistema de educação vocacional e para apoiar o acumular de competências no sistema de educação geral, que iria beneficiar de mais formação para os professores e de um “melhor apoio aos alunos em risco”.

O Ministério das Finanças já reagiu aos números hoje conhecidos. “O Governo reafirma o seu compromisso com as reformas em curso, prosseguindo a execução do Programa Nacional de Reformas para aumentar o crescimento potencial da economia, melhorar as condições do mercado de trabalho e consolidar as contas públicas“, diz um comunicado do gabinete do ministro Mário Centeno.

Estes dados são conhecidos um dia depois de também o Fundo Monetário Internacional (FMI) ter revelado menos confiança no rumo da economia portuguesa. O organismo liderado por Christine Lagarde melhorou na passada terça-feira a previsão do défice para este ano, mas piorou também ligeiramente a projeção para o crescimento económico do país. Também baixou em uma décima a previsão para o PIB neste ano, dos 2,4% para os 2,3%, colocando-a ao mesmo nível do antecipado pelo Governo liderado por António Costa.

(Notícia atualizada)

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