“Febre” das startups chegou às sociedades de advogados. SRS cria aceleradora
SRS é a primeira sociedade de advogados em Portugal a arrancar com um programa de aceleração de startups. Candidaturas decorrem até final de julho. Organização vai selecionar oito projetos.
A “febre” das startups chegou às sociedades de advogados. A SRS acaba de lançar o Startup Lab, um programa direcionado para empresas que estão a começar a desenvolver produtos ou soluções nas áreas fintech, insurtech, legaltech, regtech e consultech e precisam de assessoria e apoio especializado.
Pensado durante o último ano e meio, o projeto do Startup Lab surge na sequência das relações mantidas entre a SRS Advogados, incubadoras e programas de aceleração em Portugal. “A determinada altura ficou claro para todos que a experiência acumulada de mais de seis anos a acompanhar processos de incubação e de aceleração nos capacitava para fazermos uma aceleração e um acompanhamento mais dedicados e focados a projetos de alto valor acrescentado”, conta Paulo Bandeira, um dos responsáveis pela aceleradora, ao ECO.
O passo seguinte depois da ideia foi mobilizar parceiros com quem a sociedade já trabalhava frequentemente e dar-lhes conta dessa vontade levada a cabo pelo departamento de Startups da SRS Advogados. “Em vários destes processos juntávamos já um conjunto de parceiros, como a RCF (propriedade intelectual) e a Bearing Point (consultoria). (…) O Startup Lab é, assim, mais um patamar na estratégia de serviço às startups e ao ecossistema em Portugal, assumindo-se como um programa estruturado e dedicado a tecnológicas que queiram desenvolver produtos e soluções com foco nas áreas fintech, insurtech, legaltech, regtech e consultech”, detalha.
"A determinada altura ficou claro para todos que a experiência acumulada de mais de seis anos a acompanhar processos de incubação e de aceleração nos capacitava para fazermos uma aceleração.”
Além do apoio e assessoria, a sociedade de advogados disponibiliza às aceleradas um espaço de cowork onde as startups podem trabalhar durante o período do programa. Além disso, a SRS quer mudar o paradigma. “Nos seis anos que o departamento leva de acompanhamento às startups, continua a ser claro para nós que a maior parte das startups apenas recorre a advogados para solucionar temas jurídicos concretos. Queremos assumidamente alterar esse paradigma“, explica Paulo Bandeira.
A primeira edição do programa, que terá a duração de três meses (entre setembro e novembro), tem candidaturas abertas até final de julho. Em agosto, as candidaturas serão analisadas para, em setembro, preparar o arranque do programa com até oito equipas selecionadas.
A aceleração dura cerca de doze semanas e conta com módulos com “temas clássicos” como business model canvas, a realizar pela Bearing Point, propriedade intelectual, pela RCF, branding e comunicação, pela Publicis One, temas jurídicos e regulatórios relacionados com as fintech e insurtech, pela SRS e por um banco comercial e uma companhia de seguros a anunciar, gestão financeira e incentivos, pela Baker Tilly, e transformação digital, pela Spark2D.
Entre os módulos de formação, o programa de aceleração terá também eventos com startups portuguesas, mentores e convidados especiais, sejam eles investidores ou parceiros do ecossistema.
Queremos que as startups nos vejam como parceiros capazes de potenciar e ajudar ao crescimento do seu negócio.
“Sempre nos posicionámos como mentores e parceiros das startups que acompanhamos e isso implica muitas vezes analisar e ter longas discussões sobre o modelo de negócio, pensar com eles a forma de entrar no mercado, em que mercado, apresentar-lhes os investidores certos para o que for o seu caminho de crescimento, encontrar-lhes parceiros de negócio em áreas comerciais, para o que nos fazemos valer muito da nossa rede internacional. Queremos que as startups nos vejam como parceiros capazes de potenciar e ajudar ao crescimento do seu negócio. É isso que comunicamos, é isso que fazemos de facto e é esse o fator de diferenciação que muitas das startups nossas clientes nos transmitem”.
E se, por restrições de estatuto, a sociedade não poderia investir em startups, Paulo Bandeira sublinha que uma das componentes do programa é poder contar com parceiros que podem fazê-lo. “A Oakstone Partners aporta uma componente de consultoria em processos de financiamento que será certamente muito importante para as startups que trabalharem connosco. Adicionalmente, isso é um vetor a ser avaliado por cada um dos parceiros, mas essa possibilidade está contemplada. Para além disso, outros clientes da SRS — VCs, em particular — já mostraram interesse em analisar os projetos que acompanhemos nessa ótica de investir nas startups”, explica o responsável pelo programa.
As candidaturas ao programa estão abertas para startups portuguesas e estrangeiras, que a sociedade de advogados acredita “ser foco de retenção dos mesmos em Portugal”. Entre os próximos passos está a obtenção de uma certificação como incubadora e ser um parceiro da Rede Nacional de Incubadoras para o Startup Visa.
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