Centeno sobre mudanças em Espanha e Itália: “Temos uma agenda e vamos continuar com ela”
Centeno afirmou que não vai haver um tratamento especial para que as dúvidas dos eurocéticos se dissipem.
A mudança de liderança em Espanha e Itália não é vista pelos ministros da Finanças europeus como uma ameaça à coesão da União Europeia, mas sim como um acontecimento político habitual. E não haverá cedências nas políticas para nenhum destes países.
Quem o diz é Mário Centeno, presidente do Eurogrupo, em entrevista à Bloomberg. Quando questionado acerca daquilo que vai mudar, Centeno afirma que o caminho a seguir vai ser “uma continuação do que temos observado na Europa” e que a instituição que lidera desde janeiro deste ano tem uma agenda e vai continuar com ela.
As dúvidas dos italianos em relação ao modelo europeu foram o aspeto central desta entrevista, na qual Centeno afirmou que não vai haver um tratamento especial para que estas se dissipem. “Sabemos que a Itália é fundadora da Europa e a sua perspetiva é muito importante”, afirma o ministro português. Ainda assim, “as regras são iguais para todos os estados-membros e são muito robustas.”
"As regras são iguais para todos os estados-membros e são muito robustas.”
Centeno admite que a Zona Euro e a moeda tem de ser “uma fonte de entusiasmo para todos”, e que essas são também parte das suas responsabilidades. “Temos de combater o populismo com a continuação da nossa agenda de uma forma paciente”, apontou ainda, considerando que a União Europeia tem de saber “lidar com as aspiração de todos os cidadãos”.
Tarifas comerciais são “uma decisão que todos lamentamos”
Acerca das tarifas alfandegárias sobre o aço e alumínio que os EUA impuseram à União Europeia, e que já mereceu a resposta de Juncker, Centeno considera que foi “uma decisão que todos lamentamos”, mas que as discussões bilaterais têm de continuar.
O ministro das Finanças português mostrou-se “cético” em relação ao resultado desta troca de galhardetes entre países num assunto que é tão importante como é o comércio. “Estou muito cético em relação a este tipo de guerras, não acho que resultem naquilo que era esperado pelos países que as iniciaram“, concluiu Centeno.
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