Chineses mantêm preço. EDP afasta-se cada vez mais da OPA
A EDP, mas também a EDP Renováveis, estão a brilhar em bolsa. Apesar de a China Three Gorges ter mantido o preço, as ações das duas empresas valorizam, afastando-se cada vez mais da contrapartida.
A China Three Gorges deu mais um passo na oferta pública de aquisição (OPA) lançada sobre a EDP e a EDP Renováveis. Entregou o pedido de registo das duas ofertas ao regulador, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), mas não fez qualquer alteração à contrapartida que tinha apresentado. Ainda assim, em bolsa, ambas estão a disparar em bolsa, afastando-se cada vez mais do preço oferecido.
O grupo chinês tinha até ao final desta sexta-feira para entregar o pedido junto do regulador português, isto depois de ter lançado a oferta preliminar no dia 11 de maio. Esse prazo foi cumprido, faltando agora a autorização do regulador, que vai analisar e apreciar os documentos que foram entregues esta sexta-feira, para que o registo e o subsequente lançamento da oferta seja concretizado.
Foi mais um passo em frente na OPA, mas sem qualquer alteração ao valor da contrapartida de 3,26 euros por cada ação da EDP, nem aos 7,33 euros oferecidos pela EDP Renováveis. Mesmo assim, os investidores acreditam que há mais valor em ambas as empresas, levando os títulos a registarem fortes valorizações no arranque desta semana.
No caso da EDP, as ações valorizaram 1,54% para os 3,419 euros, acumulando um ganho de 4,65% face à contrapartida chinesa. A elétrica liderada por António Mexia apresenta-se atualmente com um valor em bolsa de 12,27 mil milhões de euros. Também a EDP Renováveis fechou em alta de 2,77% para os 8,17 euros, cotando-se já 10,28% acima do que está em cima da mesa com a OPA. Está avaliada em 6,95 mil milhões de euros.
EDP ganha luz com OPA
Com base nos valores de mercado, os investidores pedem mais 1,31 mil milhões por ambas as cotadas do que aquilo que a China Three Gorges está disposta a oferecer. Em concreto, o mercado quer mais 578 milhões pela EDP e mais 733 milhões de euros pela EDP Renováveis face às propostas chinesas.
Um pedido que acompanha aquilo que é a análise de Mexia, que já disse que a oferta chinesa sobre a EDP é baixa e não reflete o valor da empresa, enquanto o prémio oferecido aos investidores fica aquém do que tem sido a prática no setor das utilities europeias em situações de aquisição para assumir o controlo.
Depois do registo da OPA na passada sexta-feira, a CMVM dispõe de oito dias para aprovar ou rejeitar a operação a partir do momento em que considerar que possui as informações completas para avaliar o registo, incluindo autorizações regulatórias e autorização das assembleias gerais das empresas visadas, além da entrega do depósito da contrapartida ou garantia bancária.
Ao mesmo tempo, as administrações das duas empresas alvo da OPA chinesa terão oito dias para elaborar um relatório sobre a oportunidade e condições da oferta, nomeadamente sobre os projetos do prospeto e do anúncio de lançamento.
(Notícia atualizada às 17h46 com valores que têm em conta a cotação de fecho da EDP e da EDP Renováveis esta segunda-feira)
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