Jerónimo responde a Marcelo: “PCP não assina cheques em branco”

  • Lusa
  • 9 Junho 2018

O líder do PCP respondeu ao que considerou serem "desabados" do Presidente da República, que disse esperar "bom senso" dos partidos nas negociações do Orçamento do Estado para 2019.

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, reagiu ao que qualificou de “desabafos” do Presidente da República, recusando pressões sobre os comunistas relativamente ao Orçamento do Estado para 2019, frisando que não assinam “cheques em branco”. “Em relação a esses desabafos do senhor Presidente da República: que fique claro que o PCP nunca assinou nem assinará cheques em branco. Escusam de pressionar porque o PCP, de uma forma autónoma, com as suas propostas, com a sua opção política, naturalmente, decidirá com essa independência”, defendeu Jerónimo de Sousa.

O líder comunista falava aos jornalistas em Lisboa, junto à praça do Saldanha, onde passava uma manifestação convocada pela central sindical CGTP para exigir a valorização do trabalho e dos trabalhadores e o aumento de salários. O Presidente da República considerou este sábado que haverá “bom senso” entre os partidos na Assembleia da República para não criar uma crise política, numa altura em que a União Europeia vive um momento difícil.

Relativamente ao Orçamento do Estado (OE) para 2019, o secretário-geral do PCP disse não querer “fazer juízos de valor”, porque “o processo encetou-se agora”, nas negociações entre os comunistas e o Governo, estando ainda numa “fase muito inicial”, sem que haja uma proposta de Orçamento. “Continuamos a assumir o compromisso que temos, que é o exame comum da proposta de Orçamento, e, naturalmente, será perante o produto acabado que agiremos em conformidade e determinaremos o nosso sentido de voto”, acrescentou.

Jerónimo de Sousa considerou que a manifestação da CGTP deste sábado é a expressão do que se passa em “muitas empresas e locais de trabalho, com um sentimento de grande ação reivindicativa” e também de “inquietação relativamente aquilo que o Governo pretende apresentar na Assembleia da República em matéria de legislação laboral”. Essas propostas, disse, confirmam “todo um processo histórico das últimas décadas”, segundo o qual “sempre que o PS converge com o PSD, há menos direitos para quem trabalha”.

“É nesse sentido que a CGTP convocou esta grande manifestação, mantendo esta ideia positiva de lutar por melhores condições de vida e salários, independentemente de levar ao questionamento de um processo de alteração das leis do trabalho em que, nalgumas matérias, contra as expectativas dos trabalhadores, consegue fazer uma coisa impensável, que é piorar aquilo que está”, argumentou.

Questionado sobre o reflexo do descongelamento de carreiras, como as dos professores, na forma como decorrerão as negociações para o OE de 2019, Jerónimo de Sousa disse que “é um elemento que pesa”. “A única questão é encontrar forma de disponibilidade financeira para assumir e concretizar um compromisso que o Governo minoritário do PS assumiu na discussão do Orçamento do Estado. Não se trata de reivindicar, trata-se de concretizar um compromisso que foi assumido pelo Governo minoritário do PS”, sustentou.

 

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