Investir mais no Montepio? Edmundo Martinho fica à espera de novas regras

Em entrevista ao ECO, a publicar na íntegra na segunda-feira, Edmundo Martinho garante que a Santa Casa não aumentará a posição 'simbólica' no Montepio enquanto o Governo não definir regras.

Edmundo Martinho afasta qualquer investimento adicional no Montepio, pelo menos por agora. O provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) garante que não vai aumentar a participação acionista ‘simbólica’ no banco liderado por Carlos Tavares enquanto não for criado um quadro que defina os investimentos financeiros da Santa Casa. Em entrevista exclusiva ao ECO, no dia em que a Santa Casa formalizou o investimento de 75 mil euros no capital do banco na sequência de um acordo com a Associação Mutualista Montepio – que será publicada na segunda-feira -, Edmundo Martinho explica as razões para esta decisão.

“Desde a primeira hora que demos apoio total [ao projeto de resolução do BE] para que o Governo suscitasse por sua iniciativa, ou solicitando isso à Misericórdia, a definição de um quadro que regule os investimentos financeiros da Santa Casa. Ou seja, definir, por exemplo, os investimentos por classes de ativos, estabelecendo limites.

"[O investimento] não continuará de certeza enquanto esta questão não estiver clarificada. Se depois de clarificada vai haver, ou não, investimento adicional, é uma questão a que não sei responder.”

Edmundo Martinho

Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa

Sem este quadro, garante o provedor da SCML, não haverá mais investimento. Edmundo Martinho afirma que isso não acontecerá “enquanto esta questão [quadro de investimentos] não estiver clarificada”. E “mesmo depois de clarificada, não sei se haverá, ou não, investimento adicional”, refere o provedor que veio ocupar o lugar deixado por Pedro Santana Lopes, em outubro.

Edmundo Martinho garante que a Santa Casa não porá mais dinheiro no Montepio enquanto o Governo não definir um quadro para os investimentos da entidade que lidera.Paula Nunes/ECO

“Parece-nos da mais elementar sensatez, seja para esta administração seja para as que vierem a seguir, que haja um quadro que está consensualizado, regulado na lei e que dá uma segurança completamente diferente à decisão”, salienta Edmundo Martinho, numa entrevista ao ECO que poderá ler na íntegra na próxima segunda-feira.

Esta entrevista foi feito no mesmo dia em que Santa Casa oficializou a entrada no capital do Montepio, num investimento de apenas 75 mil euros. A esta entidade juntam-se ainda outras 50 misericórdias e instituições interessadas em participar nesta operação, um número que vai aumentar até ao final do ano, garantiu o presidente da Associação Mutualista na cerimónia desta sexta-feira. Contudo, e uma vez que cada misericórdia e IPSS devem colocar cerca de mil euros cada, a participação “simbólica” fica muito distante dos 2% que Tomás Correia quer vender a estas entidades.

Ainda na sexta-feira foram os conhecidos os resultados da Caixa Económica Montepio Geral para o arranque do ano, período em que os lucros encolheram para metade — recuaram 48% para 5,7 milhões de euros, uma evolução justificada pelo banco com a redução da margem financeira, penalizada pela “menor exposição à dívida pública”.

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