Marques Mendes sobre a divulgação da lista dos devedores da banca: “Posição do Banco de Portugal é lamentável e censurável”

Marques Mendes é contra a posição do Banco de Portugal que não quer que seja divulgada a lista dos grandes devedores da banca. Diz que a atitude do supervisor da banca é “corporativa e obsoleta”.

O Parlamento aprovou na generalidade, em maio, propostas do Governo, do Bloco de Esquerda, do PCP e do CDS-PP para que sejam divulgados os grandes devedores de bancos que receberam ajudas do Estado, mas o projeto pode enfrentar um obstáculo de peso: num parecer enviado à Comissão de Orçamento e Finanças, onde as propostas estão a ser avaliadas, o Banco de Portugal considerou que esta divulgação quebra vários regulamentos e leis do setor bancário, em parte por violar o princípio do sigilo.

“A posição do Banco de Portugal sobre os devedores da banca é lamentável e censurável”, defendeu Marques Mendes que considerou ainda a atitude do supervisor da banca “corporativa e obsoleta”, lembrando que, há pouco tempo, Horta Osório saiu em defesa dessa divulgação.

O presidente do Lloyds Bank defendeu, no passado dia 18 de maio, que deveriam ter sido os acionistas, e não os contribuintes, a assumir as perdas dos bancos durante a crise e que “é de elementar justiça que os portugueses saibam como o dinheiro dos bancos foi aplicado”.

Acho muito bem que o Parlamento esteja a legislar no sentido de aqueles bancos que tiveram ajudas públicas serem obrigados a publicar a lista dos maiores devedores, para os portugueses ficarem, com clareza, a par de como é que esse dinheiro foi empregue”, acrescentou Horta Osório.

Marques Mendes concorda e diz que “são milhões de euros que se ficaram a dever ao BCP, Novo Banco e CGD” e lembrou a notícia desta semana do jornal Público que dava conta que o Novo Banco e o BCP perderam 700 milhões de euros com a Ongoing.

“Os donos dessas empresas não parecem estar falidos. Exibem dinheiro, património, ostentação”, diz Marques Mendes que afirma ainda que “é juridicamente imoral” e que o Banco de Portugal devia censurar esses comportamentos.

Mas não é voyeurismo [divulgar a lista dos maiores devedores]. É para que haja uma censura social e para que a situação não se repita”, rematou o comentador na SIC.

“Angola usou Rio para dar uma bofetada política a Costa”

No mesmo comentário na SIC, Marques Mendes comentou a viagem de Rui Rio a Angola para dizer que “não é normal um chefe de Estado receber o líder de oposição” de um outro país. E faz uma leitura política da visita.

Rui Rio encontrou-se na quinta-feira passada com o Presidente angolano, João Lourenço, e destacou que os dois países têm uma “estrada aberta” para restabelecer relações. O líder do maior partido da oposição portuguesa falou aos jornalistas, no Palácio Presidencial, em Luanda, depois de uma audiência, pouco habitual enquanto dirigente partidário, de cerca de 30 minutos, com o Presidente angolano.

“Não é normal um chefe de Estado receber um líder da oposição”, afirmou Marques Mendes no seu comentário na SIC, estranhando ainda “a enorme rapidez” com que se organizou a viagem, em antecipação àquela que vai ser feita pelo primeiro-ministro António Costa.

Angola usou Rio para dar uma bofetada política no Governo de António Costa e Rio aproveitou a oportunidade”, comentou Mendes, que afirmou ainda que “as relação com o MPLA são muito mais com o PSD do que com os socialistas, algo que já vem desde os tempos de Mário Soares”.

Mendes afirmou ainda que a viagem de António Costa a Angola foi adiada para depois de 7 de setembro, ou seja, para depois do Congresso do MPLA.

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