Quebra nas empresas trava crédito à economia
O crédito às empresas recuou 9% nos primeiros nove meses do ano, para níveis historicamente baixos, mostram dados do Banco de Portugal.
Contrariando aquele que é o objetivo do Banco Central Europeu, os níveis de concessão de novos crédito às empresas continuam a cair. Dados disponibilizados hoje pelo Banco de Portugal, indicam que nos primeiros nove meses deste ano, os bancos portugueses emprestaram um total de 22.217 milhões de euros ao setor empresarial. Trata-se do montante mais baixo, em termos homólogos, face ao histórico disponibilizado pela entidade liderada por Carlos Costa que remonta ao início de 2003.
O novo crédito às empresas caiu 9%, face aos 24.533 milhões de euros concedidos no período homólogo do ano passado, com a quebra a ser transversal aos diferentes segmentos de empresas. Nos nove primeiros meses de 2016, as pequenas e médias empresas financiaram-se em 13,1 mil milhões de euros junto da banca, enquanto as empresas de maior dimensão foram buscar 9,2 mil milhões de euros. Menos 5% e 14%, respetivamente, face ao período homólogo.
Em termos agregados, 2016 trata-se do terceiro ano consecutivo em que os bancos concedem menos financiamento às empresas, com este segmento a ser o principal responsável pela redução do crédito à economia portuguesa nesse período, já que do lado das famílias a tendência é de subida. Em termos agregados, este ano, os bancos concederam às empresas e às famílias, um total de 30,7 mil milhões de euros. Este valor fica 1,43% aquém face aos 31,1 milhões de euros de financiamento prestados em igual período do ano passado, e é o mais baixo, tendo em conta o histórico do Banco de Portugal que se inicia em janeiro de 2013.
Os especialistas encontram no aumento da perceção do risco relativamente à dívida portuguesa e também na quebra no investimento, grande parte da justificação para a diminuição dos níveis de concessão de financiamento às empresas registado este ano.
Na prática, isto significa que a política expansionista levada a cabo pela entidade liderada por Mario Draghi, que tem como uma das suas principais bandeiras o nível historicamente reduzido de juros, não está a ter o efeito desejado na promoção do crescimento da atividade económica do país pela via do crédito às empresas.
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