Em atualização Novo balanço dos fogos na Grécia aumenta para 85 o número de mortos
Portugal vai ajudar a Grécia no combate às chamas com 50 bombeiros. A equipa da Proteção Civil deve chegar a Atenas hoje ou amanhã, disse Eduardo Cabrita. Tsipras decretou três dias de luto nacional.
O último balanço voltou a rever em alta o número de vítimas mortais dos incêndios na Grécia para 85. A porta-voz dos bombeiros gregos, Stavroula Maliri, avançou esta manhã de quinta-feira que o número de vítimas mortais era 82. Mas nas horas seguintes, uma das vítimas sucumbiu aos ferimentos — um homem de 73 internado num hospital de Atenas — e foram encontrados mais dois corpos pelas equipas de resgate.
Stavroula Maliri tinha precisado que entre as vítimas mortais estão quatro turistas: um jovem irlandês que estava em lua-de-mel no local quando foi surpreendido pelas chamas, enquanto a sua mulher conseguiu chegar à praia, mas sofreu ferimentos na cabeça e nas mãos. Três outros turistas foram identificados entre as vítimas mortais: dois polacos, mãe e filho, e um belga, cuja filha adolescente foi salva.
O último balanço dava conta de 187 feridos, um número que foi sendo revisto me alta à medida que as equipas de resgate vão percorrendo as casas devastadas pelas chamas. Mas, tendo em conta o elevado número de desaparecidos, ainda poderá haver novas revisões.
As equipas de resgate — cerca de 300 bombeiros e voluntários — continuam à procura de sobreviventes nas áreas a norte de Atenas, as mais afetadas pelo fogo. As equipas estão a bater, casa a casa, assim como os vários carros queimados para tentar localizar mais vítimas. As autoridades têm recebido inúmeras chamadas por causa de pessoas desaparecidas, que rondam as 40. Numa outra declaração ao final do dia de quarta-feira, Stavroula Maliri explicou que é possível que “algumas das pessoas desaparecidas” estejam entre as vítimas mortais, referindo que o estado dos corpos dificulta as identificações.
Famílias dizimadas pelas chamas
Um dos quadros mais impressionantes destes incêndios, uns dos piores no sul da Europa, foram os 26 corpos encontrados na terça-feira pelas equipas de resgate num campo a 30 metros de uma praia no norte de Atenas, em Mati. De acordo com o responsável da Cruz Vermelha na Grécia, Nikos Oikonomopoulos, citado pela televisão Skai, pensa-se serem famílias apanhadas pelas chamas, já que estavam todos juntos e alguns estavam mesmo abraçados, com crianças ao colo.
Horas antes a guarda costeira grega já tinha recuperado quatro corpos no mar, a uma curta distância dos incêndios. As chamas levaram a que muitos turistas e também cidadãos gregos fugissem do fogo para as praias a leste de Atenas. Centenas de pessoas foram salvas por barcos que passaram, mas nem todas tiveram a mesma sorte já que as chamas e o fumo intenso e espesso bloqueou a fuga de muitos.
Os incêndios devastaram casas, destruíram viaturas e obrigaram a diversas evacuações, com as autoridades a declararem o estado de emergência e a pedirem ajuda europeia. Muitos dos 49 mortos confirmados foram encontradas nas suas casas ou nos carros, quando tentavam fugir.
O pedido formal de ajuda enviado à União Europeia (UE) para o envio de meios foi enviado ao final da tarde de segunda-feira. E o presidente da Comissão Europeia garantiu, numa carta dirigida ao primeiro-ministro grego, que a UE fará “todo o possível para prestar ajuda” no combate aos incêndios na Grécia, “hoje, amanhã e pelo tempo que for necessário”.
Espanha disponibilizou esta manhã dois aviões anfíbios Canadair para ajudar a combater os fogos. Estes aviões têm capacidade de despejar 5,5 toneladas de água por passagem e vão ser pilotados por elementos da Força Aérea espanhola.
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Portugal também há disponibilizou ajuda “com apoio terrestre especializado” já que essa é uma das prioridades definidas pelas autoridades gregas, avançou o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, em declarações transmitidas pela SIC Notícias. Em causa está uma equipa da Proteção Civil com 50 bombeiros. “Vamos ajudar a Grécia, a decisão política já está tomada”, disse Eduardo Cabrita, no aeroporto de Figo Maduro antes da partido de dois aviões que vão ajudar no combate aos fogos florestais na Suécia. Os “50 elementos da força especial de bombeiros” partem para a Grécia “entre hoje e amanhã”, acrescentou o ministro.
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Entretanto, o primeiro-ministro português, António Costa, deu as condolências ao homólogo grego através do Twitter. Também o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, falou com o Presidente grego, Prokopios Pavlopoulos, “expressando as mais sentidas condolências aos familiares das vítimas mortais, bem como votos de rápidas melhoras a todos os feridos”, de acordo com ma nota publicada no site da Presidência.
Além de Portugal e Espanha, a Turquia ofereceu ajuda avançando que tem meios aéreos ao dispor, em stand by, caso seja necessário. Mas a Grécia declinou para já esse apoio, avança a Associated Press.
Três dias de luto nacional
O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, anunciou três dias de luto pelas vítimas dos incêndios que estão a atingir a costa nordeste de Atenas e prometeu que “ninguém ficará sem ajuda”. Numa mensagem transmitida pela televisão, Tsipras assinalou que o que conta nestes momentos são as vidas humanas e mobilizar todas as forças para salvar o que pode ser salvo.
“Ninguém ficará sem ajuda, ninguém ficará sem respostas”, prometeu Tsipras, que evitou entrar em especulações sobre os motivos dos incêndios. , Horas antes, o ministro da Administração Interna (Ordem Pública), Nikos Toskas, tinha pedido cautela aos cidadãos, sugerindo que os incêndios podem ter sido provocados. As autoridades anunciaram esta terça-feira que vão utilizar um drone dos EUA para monitorar qualquer atividade suspeita. A simultaneidade da ignição dos diversos fogos está a levantar suspeitas de mão criminosa. O Ministério Público já iniciou as primeiras investigações para determinar as causas dos incêndios.
“Agora é o momento da unidade e da solidariedade, não pode haver diferenças ou imposições de culpa (…) É o momento de mobilização e de lutar para salvar o que pode ser salvo”, assinalou Tsipras, agradecendo as múltiplas mensagens de solidariedade recebidas de toda a Europa.
Alexis Tsipras tinha antecipado na segunda-feira o seu regresso a Atenas, depois de uma viagem à Bósnia-Herzegovina, para acompanhar a situação a partir do Centro de Coordenação Unificado. Nessa noite, o primeiro-ministro desabafou: “É uma noite difícil para a Grécia”, disse.
Ventos forte dificultam combate às chamas
Centenas de bombeiros continuam a tentar controlar os grandes incêndios que assolam a Grécia desde o início da tarde de segunda-feira, mas os trabalhos estão a ser dificultados por ventos fortes. Esta manhã há pelo menos três fogos ativos. A AFP dá conta de como os incêndios ainda não estavam controlados esta madrugada. Pelas 11h00 da manhã, o incêndio na zona de Mati estava mais calmo, avançaram os bombeiros à AFP, mas em Kineta, a cerca de 50 quilómetros a Oeste da capital, mantinha-se uma frente ativa de grandes dimensões.
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Um dos incêndios, a cerca de 50 quilómetros de Atenas, obrigou à evacuação de três localidades, reduzindo a cinzas dezenas de casas e causando o encerramento ao tráfego durante dezassete quilómetros da autoestrada de Olímpia, que liga a capital com o Peloponeso.
A secretaria de Estado das Comunidades garante que não há notícia de portugueses envolvidos.
A BBC publicou um curto vídeo com imagens dos incêndios captado na segunda-feira.
(Notícia em atualização)
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