Spreads dos bancos no crédito para casa em mínimos da década
Em 2017, os spreads médios dos contratos de crédito à habitação situaram-se nos 1,74%. A margem de lucro cobrada pelos bancos recua assim para níveis de 2010.
Os bancos estão a ganhar cada vez menos dinheiro nos contratos de crédito à habitação, tendo a margem comercial voltado a cair no ano passado. Em 2017, a média dos spreads aplicados nos empréstimos para a compra de casa recuado para o patamar mais baixo desde 2010, revela o Banco de Portugal.
O Relatório de Acompanhamento dos Mercados Bancários de Retalho da entidade liderada por Carlos Costa revela que, em 2017, o spread no crédito à habitação de taxa variável se situou nos 1,74%. Este valor representa um decréscimo de 25 pontos percentuais face ao spread médio dos contratos celebrados no ano anterior, com o Banco de Portugal a explicar tratar-se da fasquia mais baixa desde 2010.
“O spread médio dos contratos de crédito à habitação indexados à Euribor a 3, 6 e 12 meses foi de 1,74 pontos percentuais, menos 0,25 pontos percentuais do que o spread médio dos contratos celebrados em 2016“, adianta este relatório. “Neste ano, os spreads médios dos contratos celebrados com taxa variável mantiveram a trajetória descendente iniciada em 2015, encontrando-se em níveis idênticos aos dos contratos celebrados em 2010 vivos na carteira”, explica ainda o Banco de Portugal.
Estes números não surpreendem tendo em conta as consecutivas revisões em baixa dos leques de spreads que os bancos estão dispostos a cobrar para financiar a aquisição de casa, realidade que continua a acontecer este ano. Atualmente a margem mínima que os bancos cobram no crédito à habitação varia entre os 1,15% em vigor no Bankinter e os 1,5% publicitados pelo BPI e pelo Montepio. Já os spreads máximos, oscilam entre os 1,4% do EuroBic aos 5,35% da Caixa Geral de Depósitos.
Os números do Banco de Portugal atestam assim que, em 2017, os bancos concederam crédito à habitação sobretudo aos clientes com um perfil de risco mais baixo. Com a média dos spreads praticados a ser próxima da margem mínima dos bancos.
O banco central português explica ainda que, em comparação com o ano anterior, aumentou a proporção de contratos com
spreads entre um e dois pontos percentuais, bem como uma redução da proporção dos contratos com spreads entre os dois e 4,5 pontos percentuais.
Apesar da redução dos spreads que se tem sentido desde o pico de 2013, o Banco de Portugal salienta que “estes continuaram a ser superiores aos spreads médios observados na carteira em final de 2016″.
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