ERSE: Países com preços de energia superiores a Portugal não foram incluídos no ranking do Eurostat
"Na análise agora efetuada pelo Eurostat nem todos os países são apresentados, (...) designadamente países com preços médios mais elevados que Portugal”", diz a ERSE.
A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) defendeu esta quarta-feira que os dados do Eurostat, que colocam Portugal como um dos países com a eletricidade e gás mais caros em 2017, deixam de fora países com preços superiores aos nacionais.
“Na análise agora efetuada pelo Eurostat nem todos os países são apresentados (como é o caso da Alemanha, Itália ou Espanha, na eletricidade e gás natural, e da Finlândia, no caso do gás natural), designadamente países com preços médios mais elevados que Portugal”, disse, em comunicado, o regulador do setor em Portugal. Em causa, estão os dados divulgados na terça-feira pelo Eurostat que colocam Portugal no terceiro lugar entre os países da União Europeia com a eletricidade e o gás natural mais caros em 2017.
De acordo com o gabinete de estatísticas da UE, Portugal registou o terceiro maior preço da eletricidade por kilowatt-hora do bloco comunitário, sendo superado apenas por Bélgica e Dinamarca. O primeiro estudo comparativo das faturas da eletricidade e do gás a nível comunitário, que apresenta apenas o ranking dos países, revelou ainda que, em 2017, os preços do gás em Portugal foram os terceiros mais elevados da UE, a seguir aos praticados na Suécia e na Irlanda.
Esta quarta-feira, em comunicado, o regulador energético referiu ainda que a comparação não tem em conta o efeito da estrutura de consumos, “prejudicando países com climas mais amenos e consequentemente com consumos per capita menores”, como é o caso de Portugal. “O Eurostat publica informação sobre a decomposição dos preços de eletricidade de acordo com as seguintes componentes: energia e redes e taxas e impostos. Esta informação tem sido alvo de diversas criticas, nomeadamente pelos reguladores nacionais, uma vez que os países não têm seguido critério uniformes no reporte dessa informação”, indicou.
Segundo a ERSE, são disso exemplo os subsídios às renováveis e à cogeração, que alguns países reportam como componente de energia (caso de Espanha) e outros como componente de taxas e impostos (caso de Portugal). De acordo com o estudo do Eurostat, entre os 24 Estados-membros cujos dados foram analisados — Alemanha, Espanha, Itália e Chipre ficaram de fora –, o preço da eletricidade por kilowatt-hora variou entre os 10 cêntimos (Bulgária) e os 28 (Bélgica), tendo a maioria dos países registado preços entre os 10 e os 20 cêntimos.
Já o preço do kilowatt-hora do gás natural em 2017 variou entre os 3 cêntimos (Roménia) e os 12 (Suécia), com a maioria dos 21 Estados-membros a participar no estudo a apresentar valores inferiores aos 8 cêntimos por hora. Alemanha, Espanha, Itália, Chipre, Malta, Finlândia e Grécia não apresentaram dados relativos aos preços do gás natural.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
ERSE: Países com preços de energia superiores a Portugal não foram incluídos no ranking do Eurostat
{{ noCommentsLabel }}