Paz social na CGD está “ferida de morte”, diz comissão de trabalhadores
Comissão de Trabalhadores da CGD sentiu-se desrespeitada por ter sido avisada da denúncia do Acordo de Empresa através da comunicação social, dizendo que a paz social no banco está "ferida de morte".
A Comissão de Trabalhadores da Caixa Geral de Depósitos (CGD) disse que soube da denúncia dos Acordos Empresa (AE) apresentada pela administração do banco “por terceiros”, sublinhando que a paz social no banco “está definitivamente ferida de morte”.
Em comunicado, a Comissão de Trabalhadores (CT) anunciou que teve conhecimento através da comunicação social de que, na véspera da apresentação dos resultados do banco relativos ao primeiro semestre, a CGD “notificou os diferentes sindicatos representativos dos trabalhadores da denúncia dos AE”.
“Interessa realçar que, numa matéria de enorme importância para quem trabalha na CGD, esta CT tenha tido conhecimento da mesma por terceiros e não de uma forma institucional”, lê-se no comunicado.
Para a CT, esta atitude da administração do banco liderado por Paulo Macedo é demonstrativa “do desrespeito que a Comissão Executiva tem com os seus trabalhadores e pela sua estrutura mais representativa”.
“A pretensa paz social que no fundo nunca existiu nos últimos anos, o que existe efetivamente são trabalhadores tolhidos pelo medo e sob ameaça, está definitivamente ferida de morte com esta atitude por parte da administração do banco do Estado”, defendeu a CT.
"Interessa realçar que, numa matéria de enorme importância para quem trabalha na CGD, esta Comissão de Trabalhadores tenha tido conhecimento da mesma por terceiros e não de uma forma institucional.”
A CT solicitou já reuniões “com caráter de urgência” aos sindicatos STEC, FEBASE, SNQTB e SinTAF para se inteirar dos contornos detalhados da denúncia e avaliar a possibilidade de ações conjuntas.
O Sindicato dos Trabalhadores das Empresas do Grupo CGD (STEC) convocou na semana passada uma greve para o dia 24. As restantes estruturas já anunciaram que não avançam para a greve, mas lembram que todos os trabalhadores, sindicalizados ou não, podem aderir ao protesto.
Além das reuniões com os sindicatos, a CT pediu audiências aos partidos com assento parlamentar.
De acordo com a CT, nos últimos oito anos “viveu-se num profundo desrespeito pelos trabalhadores da CGD, que estiveram sem aumentos salariais e sujeitos a incumprimento dos seus direitos”.
Além disso, a CGD “reduziu mais de dois mil postos de trabalho, diminuiu cerca de três centenas de agências, reduziu a sua capacidade operativa sacrificando, desse modo, muito da sua missão de cumprir o serviço público bancário e prejudicando as populações que dele dependem”, avançou a CT.
No final de julho, a CGD anunciou que obteve lucros consolidados de 194 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, o que compara com os prejuízos de 50 milhões de euros nos primeiros seis meses de 2017.
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