OPEP revê em baixa procura mundial em 2019. Petróleo derrapa mais de 2%
O cartel cortou ligeiramente, para 1,43 milhões de barris diários, a estimativa para o crescimento da procura do petróleo, para o próximo ano. Cotações do petróleo aceleram queda para mais de 2%.
A OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) reviu em baixa as estimativas para a procura do seu petróleo no próximo ano, em resultado do aumento da exploração dos produtores fora da esfera do grupo. Dados nos EUA apontam para um aumento dos inventários na última semana, ao mesmo tempo que também crescem os receios em torno da guerra comercial. Estes três elementos conjugados estão a ditar uma queda acentuada das cotações do petróleo. Caem mais de 2% nos dois lados do Atlântico.
O preço do barril de brent desvaloriza 2,03%, para os 71,33 dólares, atingindo assim níveis mínimos desde o fecho de 10 de abril. Já o crude recua 2,65%, para os 65,84 dólares, nível mínimo desde o fecho de 4 de junho.
A matéria-prima agrava assim as perdas que vinha a registar depois de no seu mais recente relatório mensal, a OPEP ter revisto ligeiramente em baixa a estimativa de crescimento da procura mundial de petróleo em 2019, para 100,26 milhões de barris por dia. Ou seja, 20 mil barris abaixo da sua previsão anterior.
De acordo com este relatório, o mundo irá precisar de 32,05 milhões de barris por dia do petróleo produzido pelos 15 membros do cartel no próximo ano, aquém em 130 mil barris da estimativa avançada no último mês.
O aumento dos inventários de crude nos EUA na semana passada acabaram por ajudar a intensificar as perdas que o “ouro negro” vinha a registar. Os inventários do petróleo bruto armazenado em Cushing, Oklahoma, nos EUA, terão subido em cerca de 1,7 milhões de barris na última semana, sinalizando uma maior oferta da matéria-prima.
A juntar-se “à festa”, a instabilidade que se assiste em virtude da guerra comercial e que também já está a afetar a Turquia que vê a sua moeda sofrer fortes desvalorizações.
OPEP aumenta produção. Arábia Saudita contraria
A OPEP divulgou ainda que julho foi marcado por um aumento da produção de petróleo por parte dos seus membros. Mas esse movimento não foi acompanhado por alguns produtores, onde se inclui a Arábia Saudita que teme um excesso de oferta da matéria-prima.
No último mês, os membros do cartel produziram conjuntamente 32,32 milhões de barris de “ouro negro” por dia. Este valor representa um acréscimo de 41 mil barris diários face à média registada em junho.
Esta subida foi alimentada pelo incremento produtivo de países como o Koweit, Nigéria e Emirados Árabes Unidos, que conseguiram mais do que compensar as quebras protagonizadas pela Líbia, Irão, mas também a Arábia Saudita.
O reino terá colocado um travão na produção, poucas semanas depois de a OPEP ter acordado aumentar a oferta, temendo os efeitos resultantes de um eventual excesso de oferta e o efeito que tal possa ter sobre os preços da matéria-prima.
Para este ano, a organização antecipa que a procura do seu petróleo se situe nos 32,9 milhões de barris diários, cerca de 600 mil barris abaixo do que aconteceu em 2017.
(Notícia atualizada às 18h20 com mais informação e cotações do petróleo)
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