Centeno saúda fim do resgate grego. PCP fala em “embuste”
Para os dirigentes do PCP, os programas de assistência financeira internacionais são "pactos de agressão" contra trabalhadores e povo.
Dirigentes do Partido Comunista Português (PCP) voltaram esta terça-feira a classificar os programas de assistência financeira internacionais como “pactos de agressão” contra trabalhadores e povo, lamentando aquilo que consideram um “embuste”, ao comentar o fim do resgate da Grécia.
Na passada segunda-feira, o ministro das Finanças português e presidente do Eurogrupo, Mário Centeno, saudou o fim das intervenções formais no país helénico, apontando que, ao fim de oito anos, a Grécia “reconquistou o controlo pelo qual lutou”, mas advertiu que tal também acarreta “responsabilidade” acrescida.
“É infundada a tentativa de apresentação do chamado fim do resgate à Grécia como uma decisão favorável aos trabalhadores e ao povo grego”, lê-se em comunicado do PCP, que condena os “verdadeiros pactos de agressão contra Estados e povos”, meros “instrumentos da estratégia de empobrecimento, liquidação de direitos, favorecimento do poder monopolista e de ataque à soberania nacional”.
Para os comunistas, “a propalada saída dos países, seja apontada como limpa ou não, é um embuste como a experiência” de Portugal comprova, bem como “as limitações à soberania que decorrem da vigilância a que se mantém submetido pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e a União Europeia (UE) e, sobretudo, a submissão às imposições orçamentais que impedem o desenvolvimento do país e a resposta aos problemas nacionais”.
Segundo Centeno, “a Grécia enfrenta agora uma nova realidade” na qual “não há mais ações prévias” (as medidas de ajustamento que Atenas tinha que honrar perante os credores para receber os empréstimos), “mas também não há mais desembolsos”.
A Grécia, o país europeu mais atingido pela crise económica e financeira que surgiu em 2008, foi o primeiro e último a pedir assistência financeira – e o único “reincidente” -, e a conclusão do seu terceiro programa significa o fim do ciclo de resgates a países da zona euro, iniciado em 2010, e que abrangeu também Portugal (2011-2014), Irlanda, Espanha e Chipre.
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