CaixaBank já tem quase 95% do BPI. Banco liderado por Pablo Forero esqueceu-se de avisar os investidores

O banco catalão pagou mais de 2 milhões de euros para passar a controlar 94,9% da instituição portuguesa. "Por lapso", as últimas operações não foram comunicadas a tempo.

O CaixaBank já detém quase 95% do capital do BPI, depois de ter feito mais duas operações de compra de ações do banco português durante o mês de agosto. O BPI vem agora comunicar ao mercado que, “por lapso”, estas operações não foram divulgadas “oportunamente”.

As operações foram feitas nos dias 31 de julho, 1 2 e 3 de agosto, estas comunicadas pelo CaixaBank ao BPI no passado dia 3 de agosto, e a 6, 7, 8 e 9 de agosto, estas comunicadas ao banco português no dia 9. Estas transações, “por lapso, não haviam sido oportunamente divulgadas ao mercado”, refere agora o BPI, em comunicado enviado, esta segunda-feira, à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Com a primeira sequência de aquisições, o CaixaBank comprou um total de 1.221.340 ações do BPI, tendo pago um preço médio de 1,45 euros por ação e um valor total de 1.770.943 euros. Já na segunda leva de aquisições, o CaixaBank comprou outras 251.529 ações do BPI, por 364.717 euros.

Feitas as contas, o banco catalão pagou mais de 2,1 milhões de euros para passar a deter um total de 1.383.241.224 ações da instituição portuguesa, representativas de 94,94% do capital social do BPI e de 94,95% dos direitos de voto no banco.

Recorde-se que o CaixaBank pretende retirar o BPI de bolsa, uma medida que ficou decidida no passado dia 29 de junho, numa assembleia-geral que 99% dos votos decidiram a favor da perda de qualidade de sociedade aberta do BPI.

Na semana passada, a CMVM decidiu que deverá ser nomeado um auditor independente para determinar qual a contrapartida mínima que será oferecida aos acionistas do BPI quando a empresa sair de bolsa. A contrapartida de 1,45 euros, por ter sido definida “mediante acordo entre o adquirente e o alienante, através de negociação particular”. Segundo o Código dos Valores Mobiliários, este tipo de negociação presume-se “não equitativa”.

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