Depois de sete vezes em bancarrota, Aston Martin a caminho da bolsa de Londres
Depois de sete vezes na bancarrota, a fabricante de carros está agora focada em entrar na bolsa de Londres, avançando com uma oferta pública inicial. IPO deverá gerar até cinco mil milhões de libras.
É a marca de automóveis preferida do James Bond e, agora, está a preparar-se para seguir dos filmes 007 diretamente para a bolsa de Londres. De acordo com o Financial Times (acesso condicionado, conteúdo em inglês), o registo da Aston Martin deu entrada na Autoridade de Conduta Financeira do Reino Unido, um documento obrigatório quando uma empresa está a ponderar avançar com uma oferta pública inicial (IPO, na sigla inglesa).
A fabricante de carros de luxo planeia colocar cerca de mil milhões de libras (o equivalente a cerca de 1,29 mil milhões de dólares) em ações na bolsa londrina, segundo a informação avançada já na passada terça-feira pelo Wall Street Journal (acesso livre, conteúdo em inglês). A concretizar-se a operação, a marca poderá vir a gerar até cinco mil milhões de libras.
A decisão ainda não está, no entanto, tomada. De acordo com a construtora automobilística, o veredicto final sobre a ida para o mercado de capitais será divulgado até ao dia 20 de setembro.
“Este é um momento incrível”, afirmou o CEO da Aston Martin, Andy Palmer, ao Financial Times. “Quando comecei, em 1979, havia muitas empresas automobilísticas britânicas. Ao longo da minha carreira, muitas delas desapareceram. A fabricação de carros no Reino Unido está em um estado saudável, mas as empresas são de propriedade estrangeira. Mas nós teremos uma companhia de carros britânica independente novamente.”
Os números do IPO
O plano da Aston Martin passa por colocar 25% do capital da empresa em bolsa, numa operação que contará com o apoio de acionistas já existentes. O grupo italiano Invest Industrial e o investimento do Kuwait Investment Dar venderão algumas ações, enquanto a Daimler, a dona da Mercedes, que possui 4,9% da Aston e mantém um acordo de partilha de tecnologia com a companhia, continuará a ser uma das acionistas.
“O anúncio de hoje representa um marco importante na história da empresa, que está a reportar resultados financeiros fortes e a aumentar a procura mundial pelos seus carros desportivos”, lê-se no comunicado de Andy Palmer.
A empresa britânica informou que fechou o primeiro semestre do ano com receitas de 445 milhões de libras, o que corresponde a um aumento de 8% comparativamente ao período homólogo. A contribuir para o desempenho favorável esteve a procura dos modelos DB11 coupé e DB11 Volante. Por outro lado, o EBITDA, que corresponde aos resultados antes de impostos, juros, depreciações e amortizações, aumentou 14%.
A fabricante de luxo já esteve sete vezes em maus lençóis, financeiramente falando. No entanto, está agora com o pé no acelerador.
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