Taxistas criticam postura de Fernando Medina de “fazer-se de morto”
Os taxistas estão em protesto há seis dias, e o autarca de Lisboa ainda não se pronunciou. Medina tinha prometido uma reunião uma vez por mês, mas segundo o setor, tal não aconteceu.
Os taxistas criticaram esta segunda-feira a postura do presidente da Câmara de Lisboa, que acusaram de se “fazer de morto”, em relação ao protesto do setor, lembrando que a capital tem a maior praça de táxis do país com 3.400 viaturas.
“Infelizmente, faz-se de morto. Um presidente da Câmara de Lisboa, a maior praça de táxis do país, não é capaz de vir ter connosco”, lamentou o presidente da Federação Portuguesa do Táxi (FPT), Carlos Ramos, manifestando-se disponível para ir ao encontro do autarca Fernando Medina para discutir as preocupações dos taxistas.
Neste sentido, o responsável da FPT defendeu que era importante o autarca de Lisboa dar a sua opinião em relação ao futuro do setor do táxi, tal como fizeram as câmaras municipais da região do Algarve, nomeadamente Faro, Lagoa, Portimão e Loulé.
“É degradante estarmos ali [Praça dos Restauradores, em Lisboa] há seis dias e nenhuma palavra” de Fernando Medina, criticou o presidente da Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros (ANTRAL), Florêncio de Almeida, em declarações aos jornalistas no âmbito da reunião com o assessor do primeiro-ministro.
De acordo com Florêncio de Almeida, o autarca de Lisboa comprometeu-se a reunir-se com os taxistas uma vez por mês, isto na segunda manifestação do setor, mas os profissionais já vão no quarto protesto e nada aconteceu.
“Somos uma força viva da cidade de Lisboa”, apontou o representante da ANTRAL, considerando que Fernando Medina tem “muitas culpas no cartório” em relação à atual situação do setor do táxi.
Desde quarta-feira que os taxistas manifestam-se em Lisboa, Porto e Faro contra a entrada em vigor, em 1 de novembro, da lei que regula as quatro plataformas eletrónicas de transporte que operam em Portugal – Uber, Taxify, Cabify e Chauffeur Privé.
Inicialmente, os representantes dos taxistas exigiam que os partidos fizessem, junto do Tribunal Constitucional, um pedido de fiscalização sucessiva da constitucionalidade do diploma, uma exigência que não foi acolhida pelos grupos parlamentares.
Na sexta-feira, o processo teve um desenvolvimento, com o PCP a pedir a revogação da lei, uma decisão que os taxistas consideram estar no “caminho correto”, mas que ainda não é suficiente.
As associações de taxistas foram recebidas no sábado pelo chefe da Casa Civil da Presidência da República e decidiram manter o protesto, até serem recebidos pelo primeiro-ministro.
Depois daquele encontro, a delegação de representantes dos taxistas, encabeçada pelos presidentes da ANTRAL, Florêncio de Almeida, e da Federação Nacional do Táxi, Carlos Ramos, entregou uma carta no gabinete do primeiro-ministro no Terreiro do Paço, em Lisboa, a pedir uma intervenção com urgência para resolver as suas reivindicações.
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