“Falta de cortesia e de sentido de Estado”. Marcelo reage às críticas de Cavaco sobre a não recondução da PGR
"Não devo comentar ex-Presidentes, nem amanhã quando deixar de o ser, nem futuros Presidentes, por uma questão de cortesia e de sentido de Estado", disse Marcelo em reação às declarações de Cavaco.
Marcelo Rebelo de Sousa criticou, indiretamente, Cavaco Silva pelas declarações feitas no dia anterior sobre a nomeação da nova procuradora-geral da República, acusando-o de falta de cortesia e sentido de Estado.
Recusando comentar as declarações do antigo Chefe de Estado, precisamente por se tratar de um ex-Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa não deixou de sublinhar que tem por princípio “não comentar” o que os outros titulares do cargo dizem, “por uma questão de cortesia e de sentido de Estado”.
Entendo que não devo comentar ex-Presidentes, nem amanhã quando deixar de o ser, nem futuros Presidentes, por uma questão de cortesia e de sentido de Estado.
Cavaco Silva, na quarta-feira, disse que “decisão política de não-recondução de Joana Marques Vidal é talvez a mais estranha tomada num mandato de Governo que geralmente é reconhecido como Geringonça”. Explicando que a nomeação do titular da Procuradoria-Geral da República cabe ao Presidente e não ao Governo, Marcelo assumiu que a critica lhe era dirigida a si.
“Todos sabemos que quem nomeia as procuradoras são os Presidentes, não são os governos”, disse Marcelo após o encerramento da Cimeira do Turismo, em Lisboa. “A nomeação da procuradora-geral da República foi minha, não foi de mais ninguém”, disse embora as regras determinem que o nome seja sugerido pelo Governo. “No fundo o que me está a dizer é que Cavaco Silva disse que era a mais estranha decisão do meu mandato“, explicou Marcelo quando confrontado pelos jornalistas com as afirmações do ex-Chefe de Estado. “Perante isso tenho sempre o mesmo comportamento. Entendo que não devo comentar ex-Presidentes, nem amanhã quando deixar de o ser, nem futuros Presidentes, por uma questão de cortesia e de sentido de Estado”, concluiu.
Já quanto ao caso de Tancos, Marcelo disse que “o pior que poderia acontecer numa matéria desta sensibilidade seria ficar uma cortina de nevoeiro que não fosse possível ultrapassar pelo apuramento da verdade”. O Chefe de Estado sublinhou ainda que “tudo o que seja levar até ao fim a investigação em curso, que deu agora um passo importante, é importante paras as Forças Armadas. As Forças Armadas não ganham com o não se querer saber da verdade”, acrescentou.
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