PE aprova 4,7 ME para ajudar desempregados do setor têxtil e jovens em Portugal

  • Lusa
  • 23 Outubro 2018

PE aprovou verba para apoiar a reintegração no mercado de trabalho de 730 trabalhadores despedidos pelo grupo Ricon e pela Têxtil Gramax Internacional, bem como para suportar jovens inativos.

O Parlamento Europeu aprovou, esta terça-feira, a mobilização de cerca de 4,7 milhões de euros para Portugal, através do Fundo Europeu de Ajustamento à Globalização, para ajudar ex-trabalhadores do setor têxtil e jovens a encontrar emprego.

O relatório do eurodeputado português José Manuel Fernandes (PSD) foi aprovado, em sessão plenária em Estrasburgo, com 575 votos a favor, 77 contra e oito abstenções.

A verba destina-se a apoiar a reintegração no mercado de trabalho de 730 trabalhadores despedidos por duas empresas do setor do vestuário (grupo Ricon e Têxtil Gramax Internacional), e a apoiar 730 jovens, com menos de 30 anos, que não trabalham, não estudam, nem seguem qualquer formação, ascendendo assim o número total de beneficiários visados a 1.460.

José Manuel Fernandes vincou que este montante deve ter como destino os jovens e os desempregados e não deve ser “desviado para financiar despesas correntes que devem ser assumidas pelo Orçamento do Estado”.

“A mobilização de 4,655 milhões de euros é uma prova concreta da solidariedade da União Europeia. Este valor vai servir para melhorar o nível de qualificação e o desenvolvimento de competências das centenas de desempregados e de jovens inativos, respondendo assim às exigências e desafios do mercado de trabalho”, considerou.

Portugal apresentou a candidatura ao Fundo Europeu de Ajustamento à Globalização (FEG) em 24 de abril deste ano, na sequência de despedimentos na indústria do vestuário nas regiões Norte, Centro e Lisboa.

Dos 1.161 trabalhadores despedidos (709 do grupo Ricon e 452 da Gramax, ex-Triumph), prevê-se que 730 venham a participar nas ações propostas, que incluem formação e reconversão, promoção do empreendedorismo e subsídios.

As autoridades portuguesas sustentaram que os despedimentos estão relacionados com importantes mudanças estruturais nos padrões do comércio mundial devido à globalização, em especial à liberalização do comércio de produtos têxteis e de vestuário, após o termo do Acordo Multifibras da Organização Mundial do Comércio (OMC), no final de 2004, o que provocou mudanças radicais na estrutura do comércio mundial.

Em resposta à candidatura portuguesa, a Comissão Europeia propôs, em 10 de setembro, a mobilização de cerca de 4,7 milhões de euros do FEG, aprovada em plenário esta quarta-feira.

O Tribunal de Vila Nova de Famalicão decretou em 31 de janeiro a insolvência do grupo Ricon, que detinha as lojas da Gant em Portugal, composto por oito empresas, deixando cerca de 800 trabalhadores no desemprego.

A empresa alemã Triumph possuía uma fábrica em Sacavém, concelho de Loures, que foi adquirida em setembro de 2016 pela Têxtil Gramax Internacional (TGI), uma sociedade portuguesa de capital suíço.

Contudo, em 24 de janeiro deste ano a fábrica de Loures, que produzia roupa interior, foi encerrada e a TGI decretada insolvente, situação que levou ao despedimento coletivo de quase 500 trabalhadores, maioritariamente mulheres.

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