Compra do banco do Société Générale pode aumentar lucros do BCP em 5%, diz o BPI
A compra do banco do Société Générale na Polónia pelo BCP é um "negócio interessante", diz o BPI. A médio-prazo deverá aumentar em 5% os lucros do banco liderado por Miguel Maya.
A compra do banco do Société Générale na Polónia pelo BCP deverá trazer um impacto positivo para a instituição liderada por Miguel Maya, defende o BPI. O banco de investimento acredita que, a médio prazo, esta aquisição deverá contribuir para um aumento dos lucros por ação de cerca de 5% no BCP.
Este negócio “não é surpresa”, uma vez que já tinha sido noticiado por diversas vezes, diz o BPI. “A nossa estimativa é que, com esta compra, os lucros por ação do BCP sejam de cerca de 4% a 5% a médio prazo“, lê-se na análise à compra anunciada pelo banco, num investimento de 428 milhões de euros. Para além disso, “o impacto negativo de 40 pontos base de rácio de capital CET1” parece “gerível”.
De um modo geral, o BPI considera que o banco liderado por Miguel Maya está, com esta compra, a “aumentar a capacidade de gerar lucros e a consolidar a sua posição no mercado polaco através de um impacto gerível em termos de rácio de capital enquanto que, em termos de retorno de investimento, este negócio parece interessante“.
O BCP anunciou a compra do banco do Société Générale na Polónia, através do Bank Millennium. O valor da compra tem “implícito um múltiplo P/BV [preço sobre o valor contabilístico] de 1,20 vezes (preço final de aquisição sujeito aos ajustes habituais ao valor líquido dos ativos na data da transação), a ser pago em cash e totalmente financiado por meios próprios do Bank Millennium”, acrescentou o BCP.
A transação deverá ficar concluída no segundo trimestre de 2019 e “deverá traduzir-se num acréscimo dos resultados consolidados do Millennium BCP a partir de 2020“, lê-se no comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). .
No primeiro semestre do ano, o banco liderado por Miguel Maya obteve lucros de 150,6 milhões de euros, e para o final deste ano, o CEO está confiante que conseguirá resultados ainda melhores. “Estamos os dois [Maya e Nuno Amado] empenhados em trabalhar para ter belíssimos lucros este ano, dentro daquilo que é o contexto financeiro“, disse, em declarações ao ECO.
Maya pretende regressar ao pagamento de dividendos, algo que não acontece desde 2010. O banco, que deverá anunciar lucros de 243,6 milhões nos primeiros nove meses, segundo cálculos do BPI, prepara-se para aprovar alterações aos estatutos de forma a agilizar o processo de distribuição de resultados pelos acionistas, mas também de atribuição de prémios aos trabalhadores.
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