Pedro Castro e Almeida, um cristão da alta finança que vai gerir os destinos do Santander Totta
Pedro Castro e Almeida, o próximo CEO do Santander Totta, conhece melhor do que ninguém os cantos à casa, onde é administrador há 11 anos. "O Pedro com fato e o Pedro sem fato são a mesma pessoa".
Pedro Castro e Almeida é um homem da alta finança, habituado à ciência dos números e da contabilidade, mas tanto cita o economista mais importante num discurso aos seus quadros como Madre Teresa de Calcutá ou o Papa Francisco. “Ele é muito mobilizador. Há cargos que fazem as pessoas mas no caso do Pedro será ele a fazer o cargo”, diz João Pedro Tavares, que conhece o próximo presidente do Santander Totta há mais de uma década.
Ambos fazem parte da Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE), presidida por João Pedro Tavares, enquanto Pedro Castro e Almeida é vice-presidente daquela associação. É uma comunidade de líderes empresariais cristãos que procuram, através do seu trabalho, a promoção da dignidade de cada pessoa e a construção do bem comum através dos critérios de Cristo. E é essa visão do mundo e da vida que Castro e Almeida levará para a liderança de um dos maiores bancos nacionais, acredita João Pedro Tavares.
“É um homem inteiro, não há duplicidade. O Pedro com fato e o Pedro sem fato são a mesma pessoa”, diz João Pedro Tavares. “Promove a diversidade, cala-se para ouvir os outros e é muito sensível. Não deixa de transmitir as más notícias, mas fá-lo de uma forma humanizadora”, conta ainda.
Aos 51 anos, Pedro Castro e Almeida vai assumir a presidência executiva de uma casa que conhece muito bem, substituindo António Vieira Monteiro, que passa a chairman do banco. É membro do conselho de administração há mais de uma década, tendo sido responsável no mandato que termina esta ano pela rede de empresas e negócio tradicional, bem como pela gestão de ativos e seguros.
Casado e com uma família numerosa (tem cinco filhos e dois enteados), nasceu num berço ligado à banca. O pai foi quadro do Totta e o irmão Luís Castro e Almeida lidera o negócio do espanhol BBVA em Portugal. “Castro e Almeida é um apelido muito forte na banca”, lembra João Pedro Tavares.
Há vários anos no banco, formou-se numa das melhores academias de líderes. Foi do Santander que saíram nomes como António Horta Osório, Stock da Cunha, Nuno Amado… “O Santander tem muito a noção de academia e o Pedro também vai ajudar a gerar líderes para o futuro, de referência”, conta João Pedro Tavares, que diz que o seu amigo se preparou bem para o cargo.
Ainda este ano, Pedro Castro e Almeida frequentou o programa The Innovative Technology Leader da Stanford University, direcionado para executivos e líderes de organizações. Antes disso, realizou formações na Harvard Business School (Corporate Governance, 2015) e no INSEAD (Advanced Management Programme, em 2010), isto para lá da sua licenciatura no ISEG, onde entrou em 1985.
Também por isso será uma transição tranquila numa altura em que Santander Totta se bate no mercado de igual para igual com o BCP enquanto maior banco privado nacional, isto após as aquisições do Banif e do Popular nos últimos anos terem dado outra força ao banco dos espanhóis. Os últimos resultados, apresentados na semana passada, mostram a saúde financeira: os lucros aumentaram para 385 milhões de euros.
Fora do banco, além de ser vice-presidente da ACEGE, Pedro Castro Almeida é também diretor no Centro Social e Paroquial São Francisco de Paula, na Paróquia de São Francisco de Paula, em Lisboa. “Ele tem um grande sentido de missão, sentido dos outros, de criação de valor, que é fundamental para as instituições. Mas a criação de valor não se esgota no lucro financeiro, mas também no lucro para as pessoas”, diz João Pedro Tavares.
"Ele tem um grande sentido de missão, sentido dos outros, de criação de valor, que é fundamental para as instituições. Mas a criação de valor não se esgota no lucro financeiro, mas também no lucro para as pessoas.”
“Vai receber um grande legado no Santander Totta, mas o Pedro vai saber amplificá-lo, tanto financeiramente como socialmente. Vai fazer do Santander Totta muito mais do que um banco”, remata ainda.
Foi durante um dos encontros da ACEGE que Pedro Castro Almeida deixou um testemunho em vídeo sobre a importância de adotar os “critérios de Cristo” na sua vida pessoal e profissional.
Disse: “Vejo a minha vida como um caminho, como uma peregrinação e a importância da ACEGE é porque me acompanha nesta peregrinação, que tem um princípio e há de ter um fim. E acompanha-me nesta peregrinação de vida como uma comunidade, como uma comunidade que inquieta o meu dia-a-dia, que me inquieta no meu mundo do trabalho e que inquieta a minha consciência e que me ajuda na minha unicidade de vida.”
No mesmo vídeo, que se encontra disponível no Youtube, Pedro Castro Almeida deixou exemplos de como a ACEGE pode ter impacto na vida das instituições e dos trabalhadores: “Sendo uma preocupação da ACEGE de desenvolver uma comunidade que promove o debate e que desafia cada um a assumir os critérios de Cristo na forma como trabalha, naturalmente, o que eu considero mais relevante é esta capacidade que a ACEGE tem tido de influenciar e transformar o futuro nas empresas, promovendo uma série de ações, relacionados não só com a ética empresarial, nomeadamente a componente dos pagamentos pontuais a fornecedores ou a conciliação família-trabalho, mas também através dos grupos de Cristo na empresa que criaram aqui um espaço de reflexão e de inspiração para a ação dos gestores nas empresas”.
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