PCP ainda espera vitórias orçamentais antes das eleições
"Contamos com avanços na proteção social em relação ao abono pré-natal e em relação aos cuidadores informais, aos desempregados de longa duração...", diz Jerónimo de Sousa.
Jerónimo de Sousa, numa entrevista conjunta do Público e da Rádio Renascença, publicada esta quinta-feira, admite que ainda espera algumas vitórias orçamentais antes do fim da legislatura. Aos 70 anos, ainda lhe faltam dois anos para terminar o mandato como líder do PCP, garante que não vai calçar as pantufas e que irá continuar a dar contribuir.
“É possível, no quadro do Orçamento, dar resposta a alguns problemas. Contamos com avanços na proteção social em relação ao abono pré-natal e em relação aos cuidadores informais, aos desempregados de longa duração…”, afirmou Jerónimo de Sousa.
Concretamente em relação aos cuidadores informais, o líder comunista refere que o partido “defende apoios sociais para esse trabalho meritório” e quer responsabilizar “o Estado”. “Estamos ainda em fase de negociação”, frisou.
Em simultâneo, Jerónimo de Sousa reiterou que o PCP vai votar contra a taxa de proteção civil que o Governo pretende criar ao nível nacional, em todos os municípios. A medida obriga os cidadãos e as empresas que desenvolvam atividades de risco — como risco de incêndio, por exemplo — a pagarem uma nova taxa, mas tudo aponta que a ideia não chegue a sair do papel.
Quanto ao inquérito a Tancos, o líder do PCP considera que assunto é “grave” e defende que é mais importante saber quem roubou o material e para quê do que apurar um eventual encobrimento. “Isso é o elemento crucial tanto da investigação criminal como do inquérito parlamentar”, frisou. Jerónimos de Sousa deixou ainda uma nota de desconfiança quanto às intenções do CDS em relação à comissão de inquérito. “Os objetivos do CDS, para mim, não são claros. O CDS não só pediu a demissão do ministro da Defesa como de um chefe militar, o chefe de Estado Maior do Exército. Isto não é coisa pequena.”
Num registo mais pessoal, Jerónimo de Sousa, líder do PCP há 14 anos, e a dois de terminar o seu mandato como secretário-geral, prometeu continuar a dar o seu contributo ao partido mesmo que as responsabilidades sejam alteradas. “Posso garantir que não vou calçar as pantufas”, disse não querendo acrescentar novidades sobre a liderança do partido, é uma questão que ainda não se coloca agora.
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