Mota-Engil está em Angola desde 1946. Este ano vai faturar 400 milhões, prevê António Mota
O presidente da Mota-Engil não tem dúvidas que o futuro do grupo passa por Angola. Sobre a visita de João Lourenço a Portugal, diz que é "a formalização do reatar das relações entre os dois países".
A visita de João Lourenço, Presidente de Angola, a Portugal é muito importante para a formalização do reatar de relações entre os dois países. A frase é de António Mota, presidente do grupo Mota-Engil, “empresa portuguesa, mas de génese angolana”, como gosta de sublinhar.
Para António Mota, “as visitas do primeiro-ministro a Angola e, agora, de João Lourenço a Portugal são extremamente importantes porque formalizam o reatar de relações para que os dois mercados se abram”.
As relações entre Portugal e Angola têm vivido altos e baixos, mas tiveram o seu momento mais crítico, devido ao processo judicial que envolveu o ex-vice-Presidente Manuel Vicente. Vicente foi acusado em Portugal do crime de corrupção ativa de Orlando Figueira, ex-magistrado do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), mas este processo autónomo da Operação Fizz acabou por ser remetido para Angola depois de grande pressão política, incluindo de João Lourenço. O Chefe de Estado já esclareceu que agiu não em defesa de Vicente, mas do acordo judiciário existente entre os dois países. “O que fizemos foi chamar a atenção para a necessidade do cumprimento desse acordo, independentemente de quem se tratasse”, disse João Lourenço em entrevista ao Expresso (acesso pago).
Sobre o futuro de Angola, Mota diz que tudo vai depender “do evoluir da economia angolana e vai também depender do desenvolvimento que João Lourenço seja capaz de imprimir em áreas como a agricultura, educação e a saúde, por exemplo, o que é ainda mais importante numa economia que sempre foi tão dependente do petróleo”.
Presente no mercado angolano desde 1946, a Mota-Engil não tem dúvidas de que o seu futuro continuará a passar por Angola. “Este ano as previsões apontam para uma faturação naquele mercado de 400 milhões de euros”, portanto, acrescenta Mota: “isto diz muito da nossa relação com Angola. Aliás, somos uma empresa portuguesa com génese angolana”.
Já a intenção do Presidente angolano de captar investimento em Portugal, é bem acolhida por António Mota. “O Presidente de Angola na entrevista ao Expresso já deu o sinal da abertura do mercado a novos investimentos em diversas áreas, e sobretudo a investimentos de longo prazo. Portanto, agora depende dos empresários de todo o mundo e também dos portugueses”. Mota realça ainda que gostou, sobretudo, de ver a abertura de João Lourenço para convidar professores e médicos portugueses para Angola.
A Mota-Engil está presente em Angola na área da construção e obras públicas através da Mota-Engil Angola, a maior empresa de direito angolano a operar no mercado. Mas a presença da construtora portuguesa não se restringe a esta área, uma vez que no setor do ambiente marca também presença com a Vista Waste, empresa responsável pela limpeza urbana e recolha de resíduos em cidades como Luanda e Benguela. E ainda na área de projetos e obras de arquitetura paisagística através da VB.
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Mota-Engil está em Angola desde 1946. Este ano vai faturar 400 milhões, prevê António Mota
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