Adversários de Tomás Correia apontam “irregularidades” nas eleições e “rejeição da atual liderança”
A lista encabeçada por António Godinho critica um processo eleitoral que considera não ter sido justo ou democrático. Já a lista de Fernando Mendes Ribeiro fala em "rejeição da atual liderança".
A Lista A, encabeçada por Tomás Correia, venceu a corrida à liderança da Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG), mantendo-se, assim, à frente da mutualista que detém o banco Montepio. Na reação a estes resultados, os adversários do presidente da mutualista, das listas B e C, criticam um processo que consideram não ter sido justo ou democrático e apontam “várias irregularidades” ao ato eleitoral. Falam ainda num “sentimento de rejeição da atual liderança”, já que a lista vencedora não conseguiu uma “maioria relativa”.
Em comunicado enviado às redações, a Lista C, encabeçada por António Godinho, que juntou num só grupo as listas derrotadas nas eleições anteriores da AMMG, começa por referir que o resultado deste ato eleitoral foi “verdadeiramente extraordinário”. A lista de Tomás Correia venceu com 42,4% dos votos, enquanto a Lista C ficou atrás com 35,6%. Já a Lista B, liderada por Fernando Mendes Ribeir, obteve 20% dos votos.
Este “é um resultado histórico, do qual todos devem tirar as devidas ilações”, refere a lista encabeçada por António Godinho. “É politicamente relevante o facto de, pela primeira vez, a Lista A ter tido menos votos do que a soma dos votos das listas opositoras: isto quer dizer que Tomás Correia já não conta com o apoio expresso eleitoralmente da maioria dos associados da AMMG e deveria tirar consequências dessa facto”, acrescenta.
Sobre o processo eleitoral, a Lista C tece várias críticas. “Estas eleições não foram nem justas, nem democráticas“, começa por referir. “Entre as várias irregularidades, avultam o facto de a comissão eleitoral ser composta maioritariamente por membros da Lista A, que tomou todas as decisões favoráveis à incumbente, rejeitando as propostas que visavam uma efetiva fiscalização do ato eleitoral; e a autenticação das assinaturas dos votos por correspondência não cumpre a legislação em vigor, designadamente o novo código mutualista”, detalha.
Por sua vez, a lista de Fernando Mendes Ribeiro salienta, em comunicado, que a participação dos associados “registou uma das taxas mais baixas de sempre, o que constitui manifestação incontornável da desconfiança que está instalada no Montepio”.
E salienta: “A lista vencedora das eleições obteve maioria relativa que sinaliza a extensão do sentimento de rejeição da atual liderança, partilhado pela esmagadora maioria dos votantes“.
Eram três as listas que concorriam para o mandato 2019-2021: a Lista A surgia como a lista de continuidade encabeçada por António Tomás Correia; a Lista B tinha como cabeça de lista o administrador dissidente Fernando Ribeiro Mendes; e a Lista C reunia as listas derrotadas nas últimas eleições em torno de António Godinho.
Estas eleições contaram com a participação de apenas 47 mil associados, num universo de cerca de 480 mil que poderiam exercer o direito de voto. A taxa de participação ficou, assim, abaixo dos 10%.
Notícia atualizada com as declarações dos representantes da Lisba B.
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