Yellen não deixa dúvidas. Juros sobem “em breve”

  • Rita Atalaia
  • 17 Novembro 2016

A presidente do banco central dos EUA deixa claro: as taxas de juro vão subir "em breve". A economia norte-americana continua a criar empregos e a dar sinais de que vai suportar este aumento.

Janet Yellen respondeu às dúvidas do mercado. As taxas de juro norte-americanas ainda podem subir este ano. A presidente da Reserva Federal dos EUA continua otimista sobre a economia, que continua a crescer a um ritmo moderado. A inflação também está a acelerar em direção ao alvo do banco central.

Uma subida das taxas de juro “pode ser adequada em breve, caso os próximos dados continuem a reforçar a perspetiva” de que o banco central vai alcançar os seus objetivos, diz Janet Yellen no Congresso dos EUA. A presidente, que não fez nenhuma referência à eleição de Donald Trump, reitera a expectativas dos responsáveis do banco central de que os aumentos das taxas de juro serão “graduais”.

As declarações de Yellen servem para cimentar a ideia de que os custos de financiamento podem subir já na reunião de 13 e 14 de dezembro do banco central. As probabilidades no mercado apontam para isso mesmo: a hipótese de uma subida já supera os 90%. Mas a vontade de subir os juros em dezembro não é uma novidade para os mercados. Por isso, a reação foi contida. Prova disso foi o movimento das obrigações soberanas dos EUA que foi quase nulo. Na Europa, o Stoxx 600 também continua a negociar com poucas alterações.

Nem o euro reagiu às declarações. A moeda única está a apreciar, mas tem estado em rota descendente face ao dólar devido ao aumento da divergência entre a política da Fed e do Banco Central Europeu. Enquanto Mario Draghi deve continuar a injetar estímulo na economia, Janet Yellen está a caminho de subir as taxas. E esta subida tornará o dólar mais atrativo para quem procura retornos.

Yellen deixa alertas

A presidente da Fed acredita que adiar os aumentos das taxas pode ser prejudicial. “Se o Comité de Operações no Mercado Aberto adiar os aumentos das taxas de juro durante demasiado tempo, pode ter de acabar por retirar os estímulos mais abruptamente para impedir” que os alvos do banco central sejam superados de forma significativa, explica a responsável pelo banco central da maior economia do mundo. Exemplo disso é a inflação, que tem estado a acelerar.

No entanto, “manter os juros no nível atual durante demasiado tempo também pode encorajar a que sejam assumidos demasiados riscos e, em última instância, isso possa penalizar a estabilidade financeira”, nota Yellen.

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