Construtora MSF vai à falência com 157 milhões por receber
A empresa diz nos documentos relacionados com a insolvência entregues ao tribunal que "a única solução que viabilizaria a empresa seria o início de um processo de recebimento da dívida de Angola".
A construtora MSF Engenharia viu-lhe ser declarada a insolvência no início de dezembro, mas “cai” com um total de 156,7 milhões de euros de créditos por receber, dá conta o Jornal de Negócios (acesso pago) nesta terça-feira. Este valor é ainda assim aquém face aos 280 milhões de euros de dívidas que a construtora tem a bancos, trabalhadores e fornecedores.
O jornal cita a documentação entregue em tribunal para requerer a declaração de insolvência, onde sobressai que, só em obras realizadas em África e no mercado nacional, a empresa tem mais de 55 milhões de euros a receber.
A empresa diz, aliás, nos documentos entregues ao tribunal que “a única solução que viabilizaria a empresa seria o início de um processo de recebimento da dívida de Angola“. Esse pagamento permitiria ultrapassar a falta do desembolso de 12,75 milhões de euros do financiamento que ficou previsto no âmbito do Processo Especial de Revitalização (PER) de 2017, assim como garantiria “as operações de 2019” e “uma verba substancial para utilização como colateral na emissão de garantias bancárias para futuros concursos”.
Só o gabinete de reconstrução nacional de Angola terá uma dívida 46,4 milhões de euros à MSF, com uma antiguidade de oito anos. Também haverá dívidas a receber da Guiné Equatorial, Omã, Cabo Verde e Senegal.
Já em Portugal, a empresa terá, entre outros, um crédito de 37,9 milhões sobre acionistas seus, direta e indiretamente, relativos a suprimentos.
Os créditos que a MSF tem a haver são, contudo, insuficientes face às suas dívidas que ascendem a mais de 280 milhões de euros. À Segurança Social a dívida é superior a um milhão de euros e aos fornecedores é de cerca de 21,3 milhões. Mas os bancos são os maiores credores da empresa.
O Novo Banco é o maior credor, tendo, entre créditos vencidos e não vencidos, 114,6 milhões a receber. Segue-se a Caixa Geral de Depósitos, com cerca de 58,4 milhões de euros, e o BCP, com 23,2 milhões.
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