Navigator recebe crédito fiscal de 17 milhões para aumentar capacidade de produção na Figueira da Foz
A papeleira aumentou a produção da sua unidade da Figueira da Foz. Governo concede um crédito fiscal de 17 milhões à Navigator.
A Navigator aumentou a capacidade de produção da sua unidade da Figueira da Foz, uma operação financiada por capitais próprios, um empréstimo junto do Banco Europeu de Investimento (BEI) e de um crédito fiscal. O investimento vai receber um apoio do Executivo através de um crédito fiscal em sede de IRC de 17 milhões de euros.
Na reunião de Conselho de Ministros desta quinta-feira o Governo aprovou o “contrato fiscal de investimento a celebrar entre o Estado Português e a Navigator Pulp Figueira”. “A resolução estabelece a concessão de um benefício até 17.278.657 euros através de crédito fiscal em sede de IRC”, pode ler-se no comunicado do emitido no final da reunião.
Foi aprovado o contrato fiscal de investimento a celebrar entre o Estado Português e a Navigator Pulp Figueira. A resolução estabelece a concessão de um benefício até 17.278.657 € através de crédito fiscal em sede de IRC.
O ECO confirmou que este incentivo diz respeito ao novo investimento que a Navigator fez na sua unidade da Figueira da Foz, investimento esse que tinha como objetivo aumentar a capacidade da fábrica que produz anualmente cerca 570 mil toneladas de pasta branqueada de eucalipto (BEKP) e 800 mil toneladas de papéis finos de impressão e escrita não revestidos (UWF).
A unidade da Figueira da Foz, que esteve parada durante uma semana por causa dos estragos provados pelo furação Leslie, já tinha recebido no final de outubro, um empréstimo de 40 milhões de euros do BEI precisamente para aumentar em 12% a capacidade de produção, ou seja mais 70 mil toneladas por ano, mas também reduzir as emissões de poluentes e aumentar a eficiência na utilização da energia e dos recursos.
“A modernização da fábrica na Figueira da Foz reduzirá em 17% o consumo de energia necessário para produzir uma tonelada de pasta de papel”, referia o comunicado que a empresa emitiu na altura, explicando que “o recurso a tecnologias de produção mais modernas também contribuirá para a redução da quantidade específica de água necessária, bem como dos produtos químicos utilizados”.
“Ao apoiar a competitividade deste setor industrial, o banco da União Europeia também contribuirá para a criação de postos de trabalho indiretos na fileira florestal e na cadeia de fornecimento de madeira nas economias rurais. Além disso, a fase de construção criará o equivalente a 300 postos de trabalho”, referia o comunicado do BEI no qual era anunciada a conceção do empréstimo de 40 milhões.
O investimento também contempla uma intervenção ao nível da redução do cheiro que as fábricas de pasta de papel têm sempre, já que é utilizado enxofre no processo de branqueamento. A Navigator já o conseguiu reduzir esse cheiro na fábrica de Cacia e conta fazê-lo agora na Figueira da Foz. Um investimento que não tem retorno financeiro, mas que tem sempre um grande impacto junto das populações em torno das unidades fabris.
O ECO sabe ainda que até ao momento a Navigator não apresentou nenhuma candidatura a fundos comunitários, apesar de no passado ter utilizado este tipo de incentivos.
Este é o terceiro crédito fiscal que a Navigator recebe este ano. O primeiro foi atribuído no início do ano na sequência de um investimento de 14,6 milhões de euros no âmbito do projeto “InPaCTus – Produtos e Tecnologias Inovadores a partir do Eucalipto”, que visava a “realização de investigação e desenvolvimento para a obtenção de pastas com características inovadoras, novos produtos de papel com especificidades e funções/aplicações diferenciadas, papéis ‘tissue’ com propriedades inovadoras, novos bioprodutos, biocombustíveis e outros materiais provenientes da desconstrução da biomassa florestal e subprodutos da indústria de pasta”. Mas do qual não há valores especificados em Diário da República para o montante do crédito fiscal.
O segundo foi concedido pela construção e o equipamento de uma nova unidade industrial autónoma em Cacia. Um investimento de 120,5 milhões de euros que obteve um crédito fiscal em sede de IRC, de 10%, até ao montante máximo de 11,5 milhões de euros. Em contrapartida a Navigator comprometia-se a criar 133 postos de trabalho até 31 de dezembro de 2021.
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