Petróleo em Londres abaixo dos 50 dólares pela primeira vez desde julho de 2017

O ministro da Energia russo tentou tranquilizar os investidores, dizendo que o mercado será mais estável no primeiro semestre de 2019 e garantido que os produtores estão prontos a tomar novas medidas.

O Brent negociado em Londres quebrou esta quarta-feira a barreira dos 50 dólares por barril pela primeira vez desde julho de 2017. A turbulência nas bolsas, associada às preocupações com o aumento da oferta dos EUA, tem pesado no mercado petrolífero, apesar de o grupo OPEP+ (que inclui a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e outros aliados) ter decidido aprofundar os cortes na produção.

Os futuros do brent caíram 1,1% para 49,93 dólares por barril antes da abertura do mercado, seguindo-se a uma quebra de 6,2% no preço na segunda-feira. Às 10h, o preço da matéria-prima tinha já invertido a tendência e avança 0,87% para 50,88 dólares, em Londres. O crude WTI negociado em Nova Iorque (que quebrou em baixa a marca dos 50 dólares no final do mês passado) ganha 1,43% para 43,14 dólares por barril.

O preço do petróleo tombou mais de 40% desde os máximos de quatro anos registados em outubro, devido às perspetivas de um excesso de oferta. Apesar de a OPEP e outros países aliados, incluindo a Rússia, terem concordado diminuir a produção no início deste mês, os investidores parecem céticos de que as reduções sejam suficientes para concretizar uma quebra na oferta, com os produtores dos EUA (que estão de fora do acordo) a aproximarem-se de um recorde.

O ministro da Energia russo, Alexander Novak, tentou tranquilizar os investidores, dizendo esta terça-feira que o mercado será mais estável no primeiro semestre de 2019 devido ao acordo da OPEP+ e garantindo que os produtores estão prontos a reagir caso a situação se altere.

Além das questões de equilíbrio do próprio mercado, o petróleo tem igualmente sido afetado pelas quebras nas bolsas, devido à guerra comercial entre o Presidente Donald Trump e a China, bem como a política monetária da Reserva Federal dos EUA e perspetivas de desaceleração do crescimento económico global.

“Há vários fatores bearish no mercado petrolífero e a situação não irá melhorar proximamente. O atual bear market irá provavelmente continuar por algum tempo. Os preços poderão subir se a OPEP+ fizer algum anúncio sobre medidas específicas”, afirmou Satoru Yoshida, analista de matérias-primas da Rakuten Securities Inc., em declarações à agência Bloomberg.

(Cotações atualizadas às 10h)

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