Fosun dá subida de quase 5% ao BCP
O banco liderado por Nuno Amado está a acelerar em bolsa depois da entrada da Fosun. Apesar do negócio ser feito a desconto, os investidores estão a refletir o impacto positivo nos rácios de capital.
Pouco mais de três meses depois de ter anunciado a intenção de entrar no capital do banco, a Fosun concretizou-a. Passou a ser a maior acionista do BCP através de um aumento de capital feito por um valor bastante abaixo do que os títulos estavam no mercado. Ainda assim, os títulos estão a disparar.
As ações do BCP arrancaram a sessão a ganhar 4,88%, seguindo a valorizar 3,28% para 1,30 euros — tinham terminado a sessão de sexta-feira nos 1,249 euros. Com esta subida, o BCP está a puxar pela bolsa de Lisboa, que soma 0,7%.
A subida das ações traduz o a leitura positiva que é feita pelos investidores relativamente à solvabilidade do banco. O Goldman Sachs nota isso mesmo, referindo numa nota de research que este reforço de capital para a entrada da Fosun deverá ter um impacto de 50 pontos base no rácio de capital do banco.
Esta perspetiva está a sobrepor-se ao facto de a entrada da Fosun no capital do banco liderado por Nuno Amado ter sido feita com um desconto de 11% face à última cotação. A dona da Fidelidade pagou 1,1089 euros por cada título para se tornar na maior acionista do banco.
A operação, cujas negociações foram tornadas públicas no final de julho, foi feita através de uma colocação privada de ações que exigiu um investimento de cerca de 175 milhões de euros. E a Fosun assume que pode aumentar ainda mais a sua posição, passando dos atuais 16,7% para entre 20% e 30%.
Ações do BCP aceleram
A Sonangol fica com 14,87% do capital e, conjuntamente com a Inter-Oceânico (1,7%), os angolanos ficam com uma posição conjunta de 16,5%, quase idêntica à da Fosun. No entanto, como o ECO noticiou, a empresa liderada por Isabel dos Santos também quer reforçar no BCP, tendo já solicitado ao Banco Central Europeu uma autorização para passar da fasquia dos 20%.
Este duelo de titãs animou as ações do banco — subiram mais de 10% desde que foi revelado o interesse da Sonangol em aumentar a sua posição até ao final da semana passada –, mas não é suficiente para evitar um saldo bastante negativo do banco na bolsa de Lisboa desde o início do ano. O BCP acumula uma desvalorização de 65% em 2016. Está a valer 983 milhões de euros em bolsa.
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