Fosun já tem 16,7% do BCP e é o maior acionista
A Fosun comprou 16,7% do capital do banco liderado por Nuno Amado e já é o maior acionista. Assim, o BCP também já fala chinês. Fosun investiu 175 milhões e pode subir até aos 30%.
Já está. O BCP já fala chinês ou, se quiser, BCP已经说中国话. A Fosun comprou 16,7% do capital do banco liderado por Nuno Amado através de uma colocação privada de ações que exigiu um investimento de cerca de 175 milhões de euros. O preço por ação foi de 1,1089 euros, o que corresponde a um desconto de cerca de 11% face à cotação atual no mercado.
A Fosun passa a ser, assim, o maior acionista do Millennium bcp e já mostrou a disponibilidade de aumentar esta posição até 30%. Com a Sonangol, o Sabadell e a EDP, o BCP passa a ter acionistas de referência de três continentes. E, também por causa desta dispersão, um processo de decisão em Lisboa e centrado na equipa de gestão.
Após esta posição, a Sonangol fica com 14,87% do capital e, conjuntamente com a Inter-Oceânico (1,7%), os angolanos ficam com uma posição conjunta de 16,5%, quase idêntica à da Fosun.
No âmbito do aumento de capital que permitiu o ‘private placement’, aprovado em conselho por unanimidade, os chineses assinaram um acordo de lock-up de três anos, um compromisso que, para a gestão do BCP, permite vender ao mercado uma história de confiança no futuro do banco.
A Fosun, de resto, sublinha isso mesmo no comunicado relativo a este negócio. “Vemos este momento como o início de uma jornada com vista a dotar o BCP de condições que permitam tirar partido do seu enorme potencial”. E acrescenta: “A Fosun corresponderá a esta manifestação de boas-vindas através de um apoio ativo na formulação de propostas de valor para o robustecimento do banco e desenvolvimento da sua estratégia de longo prazo”.
Amanhã há uma assembleia geral, mas deverá haver uma proposta de conselho para a sua suspensão até ao dia 19 de dezembro, precisamente para assegurar a aprovação do aumento da blindagem de estatutos do banco de 20% para 30%. Ora, não está escrito, nem precisava de estar. A Fosun quer ter até 30% – e até já tem a aprovação do Banco Central Europeu para isso – e a Sonangol já pediu autorização ao BCE para passar os 20%, como o ECO revelou em exclusivo, por isso, os próximos meses serão de movimento de de capital. Veremos de que forma.
O BCP, recorde-se, ainda tem de pagar 750 milhões de euros ao Estado de CoCos – obrigações convertíveis – até julho de 2017, a administração do banco tem várias alternativas em cima da mesa, mas rejeita que o aumento de capital seja a única saída.
O acordo agora anunciado resultou de um memorando de entendimento assinado entre o BCP e a Fosun no passado dia 18 de novembro e prevê também a entrada de dois administradores no capital do banco, provavelmente até ao fim do ano.
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