Groundforce prevê investir 2,85 milhões em 2019 e acredita que vai operar no novo aeroporto
A empresa de assistência em terra dos aeroportos nacionais tem em curso "um conjunto de investimentos muito substantivos" em equipamentos, sistemas de informação de última geração e certificações.
A Groundforce estima investir, este ano, 2,85 milhões de euros, avançou o presidente executivo, Paulo Neto Leite, que está convicto de que a empresa de handling (assistência em terra) irá operar no futuro aeroporto complementar do Montijo.
Quando se desconhecem ainda os resultados do ano passado, o presidente executivo adiantou à agência Lusa o valor do investimento estimado, precisando estar em “curso um conjunto de investimentos muito substantivos, que em 2018 totalizaram os 6,4 milhões de euros”, nomeadamente em equipamentos, condições de trabalho, uniformes e “sistemas de informação de última geração, e nas certificações alinhadas com as melhores práticas do mercado”.
Acerca da expansão da capacidade aeroportuária de Lisboa, que prevê a transformação da base da Força Aérea do Montijo para receber voos civis em 2022, o dirigente notou que a empresa venceu em 2018 o concurso internacional de atribuição das licenças de atividade nos aeroportos de Lisboa, Porto e Faro para os próximos sete anos.
“Com a solução apresentada, naturalmente, consideramos que temos as licenças necessárias para a operação em todos os terminais e extensões do Aeroporto de Lisboa”, argumentou à Lusa.
Segundo o acordo para a expansão, assinado entre o Estado e a ANA-Aeroportos, haverá também intervenções no atual aeroporto Humberto Delgado, o que traduz “aumento do número de movimentos assistidos e dos passageiros transportados, mas também a melhoria das condições de trabalho para os colaboradores [da Groundforce], para que possam também prestar um melhor serviço aos clientes”.
“As perspetivas para a operação irão depender da estratégia das companhias aéreas que assistimos em cada um dos terminais”, rematou à Lusa Paulo Neto Leite, que referiu que a empresa continuará a melhorar os seus processos e irá proceder a “uma reorganização de equipamentos em função do tráfego previsto para cada um dos terminais”.
Sobre os resultados de 2018, que “serão publicados em breve”, o dirigente avançou que haverá uma “franca melhoria face ao ano anterior, não só devido ao crescimento da atividade, mas também fruto de melhorias de processos e da otimização de toda a cadeia operacional”.
“Em 2018, foi pago um prémio de distribuição de lucros aos trabalhadores no valor de 1,1 milhões de euros. Para 2019, e acompanhando uma tendência clara de crescimento do tráfego aéreo mundial, antevemos um crescimento de 5,3% nos movimentos assistidos”, acrescentou.
No ano passado, a empresa distribuiu aos trabalhadores, pela primeira vez, o prémio, depois de registar, em 2017, um resultado positivo de 8,7 milhões de euros.
Questionado sobre os atos de violência registados no aeroporto de Lisboa sobre funcionários da empresa provocado por passageiros descontentes, o presidente informou que as “incidências diminuíram, fruto também da diminuição de irregularidades no Aeroporto de Lisboa”.
“Após queixas formalizadas à PSP do Aeroporto por parte dos nossos trabalhadores, os processos foram alvo de investigação e tiveram desenvolvimentos. Continuamos a acompanhar e a colaborar com todas as entidades – aeroporto, companhias e forças policiais, na defesa dos nossos trabalhadores”, indicou.
A Groundforce está ainda a insistir junto do regulador, a ANAC – Autoridade Nacional da Aviação Civil, para uma “criminalização da agressão ao funcionário aeroportuário, equiparando-a a crime público”. “Desta forma o processo de defesa dos nossos trabalhadores será mais ágil”, explicou.
A empresa foi privatizada em 2003, fruto do spin off da unidade de negócio de operações em terra da TAP, sendo detida em 50,1% pela Pasogal/Grupo Urbanos, em 43,9% pelo Grupo TAP e em 6% pela Portugália.
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