Portugal é o quarto país da OCDE que mais gasta com pensões

Portugal não é dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) que mais euros dedica aos apoios sociais, mas no que diz respeito aos gastos efetuados com as pensões poucos dos 36 Estados-membros ultrapassam os lusos. De acordo com os dados publicados pela organização liderada por José Ángel Gurría, os países dedicam em média uma fatia de 8% do PIB a este tipo de prestação social, valor que compara com os 13,3% registados por terras lusitanas. Só a Grécia (16,9% do PIB), Itália (16,2% do PIB) e França (13,9% do PIB) gastam mais do que Portugal.

No último ano, a despesa pública social média na OCDE fixou-se nos 20,1% do PIB. No topo desse ranking, ficaram a França (31,2% do PIB), Bélgica (28,9% do PIB) e a Finlândia (28,7% do PIB). Por outro lado, na base dessa tabela, aparecem o México (7,5% do PIB), o Chile (10,9% do PIB) e a Coreia do Sul (11,1% do PIB).

Com uma despesa pública social equivalente a 22,6% do PIB, Portugal fica acima da média da organização mas não consegue escapar ao meio da tabela.

Portugal está a meio da tabela no que diz respeito à despesa pública social

^{Fonte: OCDE}

De notar que, por cá e à semelhança do que acontece na generalidade da OCDE, a maior fatia desses gastos foi direcionada para as pensões (de velhice e de sobrevivência). Em média, no último ano, este tipo de despesa representou 8% do PIB, nos 36 Estados-membros, valor que é largamente ultrapassado pela fatia de 13,3% do PIB que foi utilizada pelos portugueses para pagar pensões.

De facto, neste ponto, apenas três países gastaram mais do que Portugal: Grécia (16,9% do PIB), Itália (16,2% do PIB) e França (13,9% do PIB). Os que menos gastos efetuaram foram o Chile (2,8% do PIB), México (2,3% do PIB) e Islândia (2,1% do PIB).

Portugal divide com Áustria quarto lugar da tabela. Está entre os que mais gastam com pensões

^{Fonte: OCDE}

De acordo com a OCDE, as pensões tiveram diferentes pesos nos vários países por três razões principais: a estrutura etária da população, as características do sistema e o número de pensionistas que, efetivamente, conseguem aceder a uma pensão de velhice ou de sobrevivência.

Sobre as pensões de sobrevivência, recorde-se que, no relatório Pensions Outlook 2018, divulgado no início de dezembro de 2018, a OCDE referira que a tendência registada ao longo ano tinha sido a da imposição de condições mais restritas ao acesso a este tipo de pensões e até mesmo a da sua eliminação, aparecendo, contudo, Portugal como um dos países que mais gastava com estas pensões.

De acordo com o Orçamento do Estado, este ano, o Governo planeia gastar 137 milhões de euros só com o aumento extraordinário das pensões. De acordo com a PORDATA, em 2016, a Segurança Social gastou quase 13,5 mil milhões de euros com este tipo de prestações sociais.