Davos: FMI apela para a adoção de iniciativas de crescimento sustentável
A diretora-geral do FMI, Christine Lagarde, diz que é o crescimento económico a chave para alcançar os objetivos de desenvolvimento sustentável.
A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, disse esta quarta-feira em Davos que para minimizar o diferencial financeiro e favorecer a inclusão e o crescimento “não é preciso inventar a roda”, mas sim adotar iniciativas de crescimento sustentável.
Lagarde participou hoje em Davos, Suíça, numa mesa redonda, na qual também estava Bono, o vocalista dos U2, sobre as dificuldades para limitar a lacuna financeira que impede que se alcancem os objetivos de desenvolvimento sustentável e sobre qual é o papel que devem desempenhar os setores público e privado.
A diretora-geral do FMI sublinhou que “as finanças são parte da solução”, já que para alcançar os objetivos de desenvolvimento sustentável as economias emergentes deveriam dedicar pelo menos 4% do Produto Interno Bruto (PIB) e gastar mais cerca de 15% do que os países mais pobres.
E isso não vai ocorrer, assegurou Lagarde, pelo que será o setor financeiro que terá de trabalhar nesse sentido.
Muitos países pobres gastam fortunas em consultoras para que os ajudem a adotar planos estratégicos e “só me ocorre dizer: poupem esse dinheiro, não é preciso voltar a inventar a roda”, referiu.
Os objetivos já estão claros, só falta trabalhar, adiantou.
Neste sentido, Bono sublinhou o papel do setor privado, que é o que tem capacidade real para ter êxito.
Um capitalismo “sem restrições pode devorar tudo”, referiu Bono, que apelou para atuar com humildade e cautela e com atenção perante o auge dos populismos.
A chave é o crescimento económico, referiu Lagarde, adiantando que depois vêm as políticas adequadas e um gasto responsável. As perspetivas para os países com menos rendimentos “não são más”, mas é preciso mobilizar a poupança doméstica – “que é a nível global de 13% dos rendimentos, muito baixa” – e gastá-lo de forma eficiente, “evitando a corrupção e os “elefantes brancos”.
Cada país, continuou Lagarde, tem os seus próprios recursos, as suas especificidades e diversas ferramentas financeiras, o bom governo e a liderança estão na base de qualquer esforço e “nos sonhos começa a responsabilidade e a solidariedade”.
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