Mais pessimista que o FMI, Nações Unidas estimam crescimento global de 3% nos próximos dois anos
No mesmo dia em que o Fundo Monetário Internacional reviu em baixa as projeções para o PIB global, a ONU também alertou para o aumento dos riscos e para a necessidade de erradicação da pobreza.
A Organização das Nações Unidas (ONU) está mais pessimista que o Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre o crescimento da economia global nos próximos anos. Dados, apresentados esta segunda-feira em Davos, estimam que o produto interno bruto (PIB) do mundo cresça 3% tanto em 2019 como em 2020, abaixo da expansão de 3,1% que antecipavam para o ano passado.
“O crescimento é frágil, permanecem enormes incertezas e os riscos ameaçam. Ainda não abandonámos o legado da crise financeira de 2008 e 2009. Ainda estamos num novo anormal”, afirmou Richard Kozul-Wright, responsável de estratégias de globalização e desenvolvimento da agência económica das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento, citado pela agência Reuters.
As estimativas foram conhecidas no mesmo dia em que o FMI reduziu as previsões globais em 0,2 e 0,1 pontos percentuais, para 3,5% e 3,6% em 2019 e 2020, respetivamente. Tal como a ONU, também a instituição liderada por Christine Lagarde alertou para o aumento de riscos como um hard Brexit, escalada da guerra comercial ou um travão a fundo no crescimento da economia chinesa.
“Há ameaças muito sérias ao crescimento económico em várias frentes — comércio, dívida, geopolítica, clima –, face a um cenário de liderança deficiente a nível internacional em que a confiança nas instituições tradicionais, tanto domésticas quanto internacionais, está a secar muito rapidamente”, acrescentou, no mesmo sentido, Kozul-Wright.
A organização liderada por António Guterres apelou ainda à necessidade de os Estados aprofundarem políticas que levem à erradicação da pobreza mundial até 2030, em linha com os objetivos de desenvolvimento sustentável definidos para a próxima década. Atualmente, 700 milhões de pessoas vivem abaixo do limiar da pobreza (definido e 1,90 dólares por dia), dos quais metade residem na África subsaariana.
“Há muitas luzes amarelas a piscarem e é provável que algumas dessas luzes amarelas se tornem vermelhas durante no próximo ano, com consequências muito imprevisíveis”, sublinhou o responsável da ONU.
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