CEO da Endesa Portugal: “Rendas excessivas é o que pagamos ao Estado”
O presidente da Endesa Portugal, Nuno Ribeiro da Silva, foi ouvido, esta quinta-feira, na Comissão Parlamentar de Inquérito ao Pagamento de Rendas Excessivas aos Produtores de Eletricidade.
O presidente da Endesa Portugal, Nuno Ribeiro da Silva, defendeu esta quinta-feira, no Parlamento, que a empresa não tem rendas excessivas, vincando que o único valor em excesso são os 20 milhões anuais que pagam ao Estado.
“Queria deixar claro que na Endesa, em todo o tipo de atividades, não temos uma renda sequer, muito menos excessiva […]. A única coisa de rendas excessivas é o que pagamos ao Estado”, disse Nuno Ribeiro da Silva, em resposta à deputada socialista Ana Passos, durante uma audição na Comissão Parlamentar de Inquérito ao Pagamento de Rendas Excessivas aos Produtores de Eletricidade.
Para o responsável da energética, as “única rendas excessivas” que a empresa tem são os 20 milhões anuais que tem que pagar ao Estado, distribuídos pela Contribuição Extraordinária sobre o Setor Energético (CESE), tarifa social, mecanismo de equivalência de preços entre Portugal e Espanha – clawback e a contribuição extraordinária sobre o CO2. “Isto, para nós, é que representa um sucessivo acumular de custos de cerca de 20 milhões de euros”, reiterou.
Por sua vez, relativamente às questões ambientais e à possibilidade do Governo encerrar, em 2021, a central do Pego, no distrito de Santarém, o presidente da Endesa garantiu que a empresa está a “analisar” a questão, garantindo que irá acatar a decisão do executivo. Ainda assim, sublinhou, que “em 28 anos de concessão a central do Pego funcionou, em pleno, três quartos do tempo“.
“É uma questão que estamos a analisar com o nosso sócio. O grupo, em Espanha, está confrontado com situação idêntica. Se o Governo decidir pelo encerramento em 2021, assim será”, acrescentou.
Nuno Ribeiro da Silva notou ainda que a empresa está a “imaginar todos os cenários”, sobretudo devido à central ser “uma unidade relevante” em Abrantes. “Estamos a estudar [formas de] aproveitar espaço ou a unidade para alguma geração renovável. Tem-se falado no uso de biomassa florestal, [mas] é complexo”, concluiu.
Antes, na intervenção inicial, o gestor disse que a Endesa tem como objetivos em Portugal seguir as indicações de Bruxelas quanto à descarbonização, a integração de redes inteligentes e ter um maior foco nos clientes. Os objetivos para Portugal são manter o foco “na descarbonização, em redes mais inteligentes, na relação com o cliente, e na eficiência e diminuição de custos”, afirmou.
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