Operação Marquês: Bárbara Vara respondeu a tudo e disse que não desconfiou do pai
O advogado de Bárbara Vara disse que a sua cliente “respondeu às perguntas que lhe foram feitas” na instrução e que foi fiel ao que alegou anteriormente. Arguida reafirmou que não desconfiou do pai.
Rui Patrício, o advogado de Bárbara Vara, arguida no processo Operação Marquês, disse esta segunda-feira que a sua cliente “respondeu às perguntas que lhe foram feitas” na instrução e que foi fiel ao que alegou anteriormente, à saída do Tribunal Central de Instrução Criminal.
A filha de Armando Vara foi a primeira arguida a ser ouvida no arranque da fase de instrução da Operação Marquês. Bárbara Vara respondeu às perguntas do seu advogado Rui Patrício, do juiz Ivo Rosa e dos procuradores do Ministério Público Rosário Teixeira e Vítor Pinto.
“Não vou relatar o que se passou lá dentro (…), naturalmente o interrogatório foi fiel e seguiu aquilo que nós alegámos no requerimento de abertura de instrução”, disse Rui Patrício aos jornalistas. O advogado admitiu que “todos os depoimentos são importantes” para Bárbara Vara, incluindo o do seu pai Armando Vara, que seria ouvido esta terça-feira, mas que devido à greve dos guardas prisionais viu a sua audição como testemunha da filha adiada para o dia 5 de fevereiro.
Bárbara Vara está acusada de dois crimes de branqueamento de capitais, um em cumplicidade com o seu pai, a cumprir pena de prisão ao abrigo do processo Face Oculta, e outro em coautoria com outros arguidos do processo, nomeadamente Carlos Santos Silva. A defesa alega que a acusação é, “além de manifestamente insuficiente, injusta e ilegal” e que existem erros de natureza “factual, jurídica e probatória”.
Bárbara Vara não desconfiou do pai
Naquela que foi a primeira sessão da fase de instrução deste megaprocesso, que durou cerca de uma hora e meia, a arguida reiterou o que antes já tinha dito na altura em que foi constituída arguida: que não tinha tido conhecimento dos dois milhões de euros que o pai tinha em contas bancárias na Suíça, mas que também não estranhou — julgou que eram provenientes de negócios de Armando Vara, segundo noticiou o Público.
Segundo a tese da acusação, Armando Vara esteve envolvido num negócio ruinoso relacionado com a Caixa Geral de Depósitos (CGD), na altura em que era administrador do banco, e a compra e expansão do resort de Vale do Lobo. Terá recebido em troca um milhão de euros de luvas, através de uma sociedade offshore, que seria sua e de Bárbara Vara. A troca de casa da arguida — que se mudou da Avenida do Brasil para a Lapa — terá servido para esconder a origem desse dinheiro, defende a tese do Ministério Público.
No interrogatório, a arguida voltou a confirmar que não desconfiou do pai, que terá feito tudo o que Armando Vara lhe indicou sem o questionar. Bárbara Vara afirmou que não viu relação entre os elevados montantes depositados nas contas do pai na Suíça e o seu cargo de administrador na Caixa.
A próxima sessão da instrução está marcada para esta quarta-feira com a audição de testemunhas arroladas por Bárbara Vara. O juiz de instrução Ivo Rosa já marcou diligências até final de maio, prevendo-se que a decisão final sobre se o processo vai para julgamento e quais os crimes seja conhecida só no final do ano.
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