Banca penaliza bolsas europeias. PSI-20 cede 0,4%

Após um janeiro de ganhos, as bolsas europeias entraram em fevereiro com perdas generalizadas. O setor da banca manteve a tendência negativa da semana passada e, em Lisboa, o BCP não escapou.

Após um janeiro de ganhos, a primeira semana completa de fevereiro arrancou de forma negativa para as principais bolsas europeias. O português PSI-20 fechou esta segunda-feira com uma perda de 0,41% para 5.093,85 pontos, com 12 das 18 cotadas em terreno negativo, e contagiada pelo sentimento negativo na banca europeia. A semana prevê-se de baixa volatilidade já que algumas das bolsas asiáticas estarão fechadas em celebração do Ano Novo chinês.

A banca é, desde a semana passada um dos setores mais condicionados na Europa, com o Sabadell (-4,8%) e o CaixaBank (-4,51%) a prolongarem as perdas da passada sexta-feira. O índice pan-europeu de bancos Stoxx Banks desvalorizou 1,3%. Em Lisboa, o BCP tombou 1,29% para 0,23 euros por ação.

A Pharol liderou as perdas no índice, com uma queda de 2,42%, enquanto a Nos desvalorizou 1,83% no dia em que foi excluída da lista de ações ibéricas preferidas da equipa de research do BPI. Ao contrário da Nos, a Jerónimo Martins manteve-se na lista de preferências do BPI e avançou 0,61% em bolsa, para 12,45 euros. Entre as cotadas portuguesas que fecharam a sessão no vermelho, destacaram-se ainda a Navigator (-1,77%), a Sonae (-1,67%) e a Corticeira Amorim (-1,23%).

Na energia, a sessão foi mista. A REN cedeu 0,23% para 2,594 euros por ação, depois de o Expresso ter noticiado, no sábado, que o Estado poderá estar a considerar voltar ao capital da empresa. A EDP Renováveis deslizou 0,06% para 7,85 euros, enquanto a EDP subiu 0,22% para 3,197 euros. A Galp disparou 1,39% para 13,86 euros por ação, num dia de desvalorizações para o petróleo: o brent cai 1,04% para 62,10 dólares por barril e o crude WTI tomba 2,12% para 54,09 dólares por barril.

Fora do PSI-20, houve duas empresas em destaque. Por um lado, o Benfica disparou 8,29% para 1,89 euros em reação ao fim de semana glorioso: não só venceram os rivais de Alvalade como viram o líder Porto escorregar em Guimarães. O clube ficou a três pontos da liderança do campeonato e os investidores celebraram. Por outro lado, as ações da Impresa valorizaram 9,89%, às notícias de que a SIC conquistou a liderança nos dias úteis do primeiro mês do ano. O canal de Carnaxide atingiu uma quota de mercado de 19,20%, que não conseguia desde março de 2005.

Ryanair tomba em Londres. Juros das dívidas agravam

“Os mercados europeus terminaram em ligeira baixa, com os investidores a digerirem alguns resultados empresariais publicados”, referiram os analistas do BPI, num comentário de fecho da sessão. “O setor automóvel, bastante exposto à economia chinesa, liderou as perdas. Também os setores bancário e de telecomunicações registaram perdas consideráveis”.

O índice pan-europeu Stoxx 600 perdeu 0,13%. Entre as principais praças nacionais dos países europeus, o alemão DAX caiu 0,28%, o francês CAC 40 desvalorizou 0,57%, o italiano FTSE MIB cedeu 0,11%, o espanhol IBEX 35 recuou 0,49% e o britânico FTSE 100 perdeu 0,10%.

Em Londres, as ações da Ryanair foram especialmente penalizadas pela apresentação dos resultados trimestrais. A transportadora aérea teve prejuízos de 20 milhões de euros no terceiro trimestre fiscal de 2018-2019 devido às tarifas mais baixas e anunciou um grande programa de reestruturação. Na sequência da apresentação de resultados anunciou também que Michael O’Leary vai abandonar o cargo de presidente executivo no prazo de 12 meses para coordenar as quatro recém-anunciadas filiais do grupo. Os títulos caíram 2,27%.

No mercado de dívida, Itália voltou a estar em destaque. A yield das obrigações italianas a 10 anos chegou a tocar máximos de três semanas devido a preocupações com a deterioração do outlook económico do país e à posição orçamental das finanças públicas. Na sexta-feira passada, foi conhecido que Itália entrou em recessão no quarto trimestre de 2018. O juro da dívida corrigiu entretanto e negoceia, à hora do fecho da bolsa, nos 2,734%.

O sentimento contagiou os outros países por toda a Europa, que agravaram os custos da dívida em mercado secundário. No caso de Portugal, a yield das obrigações a 10 anos avançou para 1,657% e a das Bunds alemãs para 0,177%. No mercado cambial, o euro deprecia-se 0,15% contra a par norte-americana, para 1,1435 dólares.

(Notícia atualizada às 17h10)

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