Santana questiona papel do Banco de Portugal quando bancos começaram a ir “por aí abaixo”
Santana Lopes questionou: "Tantos bancos começaram a ir por aí abaixo e não deram por nada no Banco de Portugal?" Prometeu que o Aliança não vai dizer “o que eles gostam de de ouvir".
O líder da Aliança, Pedro Santana Lopes, questionou no sábado como o Banco de Portugal não se apercebeu que “tantos bancos começaram a ir abaixo”, e prometeu que o seu partido não diz “o que eles gostam de ouvir”.
Na primeira intervenção, durante o primeiro dia do Congresso fundador do partido, Pedro Santana Lopes começou por dizer que ouviu “uma dirigente do Bloco de Esquerda propor ontem [quinta-feira] que o parlamento adote uma decisão qualquer para averiguar a idoneidade do atual governador do Banco de Portugal, porque fez parte do Conselho de Administração da Caixa Geral de Depósitos”.
Santana falava da coordenadora do BE, Catarina Martins, que na sexta-feira pediu ao Governo para avaliar a idoneidade do governador do Banco de Portugal, estando em causa a intervenção de Carlos Costa nos “créditos ruinosos da Caixa”, quando era administrador do banco público.
“Mas desculpem lá, às vezes penso que a minha televisão avaria porque ouvi aquilo e depois fiquei a olhar à volta e pensei: então e o doutor Constâncio, o que foi supervisor do Banco de Portugal disto tudo, não deu por nada?”, questionou.
Santana perguntou “que país é este”, e insistiu: “não tem de se averiguar nada? Não tem de se tratar da idoneidade?”.
“Tantos bancos que naquele período dos senhores a quem o doutor Sampaio abriu a porta, tantos bancos começaram a ir por aí abaixo e não deram por nada no Banco de Portugal?”, interrogou-se.
"Mas desculpem lá, às vezes penso que a minha televisão avaria porque ouvi aquilo e depois fiquei a olhar à volta e pensei: então e o doutor Constâncio, o que foi supervisor do Banco de Portugal disto tudo, não deu por nada?”
Num discurso de mais de uma hora, Pedro Santana Lopes questionou se “não houve reuniões no Banco de Portugal à noite, em 2007 e 2008” quando se deu “o assalto ao BCP com o dinheiro para comprar ações de centenas de milhões de euros, [e] sem nenhuma garantia”.
“Os que queriam tomar o poder no BCP não foram lá reunir ao Banco de Portugal? E mesmo que não tivessem ido, não leram as notícias?”, continuou, criticando que “saem do Banco de Portugal e vão para vice-governadores do Banco Central Europeu depois daquilo tudo”.
“Não pensem que nós seguimos este caminho para dizer só o que eles gostam de ouvir. Vai ser ao contrário, o que vão ouvir, quase nunca vão gostar”, salientou, referindo que “a Aliança não é um partido radical, está sempre disposta a celebrar acordos em nome do interesse nacional”.
Na opinião do antigo primeiro-ministro, “isto tem mesmo de mudar” por “causa das políticas, não é por causa de embirrações pessoais ou embirrações de grupo ou ressentimentos ou seja o que for”.
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