NooCity: uma horta para ter na sua casa da cidade. Ou no Palácio de Belém

  • Guilherme Monteiro
  • 21 Fevereiro 2019

Fundada em 2013, a startup portuense pretende construir um "novo conceito de cidade". O objetivo é que os clientes sejam autossuficientes e sustentáveis como se vivessem no campo.

Há quem abandone a cidade para viver no campo e há quem deixe o campo e se mude para a cidade. No entanto, há também aqueles que querem o melhor de dois mundos. É o caso de José Ruivo, Samuel Rodrigues e Pedro Monteiro, um grupo de três amigos que criaram a startup NooCity para conseguirem “a sustentabilidade do campo na cidade”.

Nascidos e criados no Porto, os três amigos pensaram a determinada altura abandonar a vida agitada da Invicta para se mudarem para o meio rural. No entanto, como explicou ao ECO José Ruivo, CEO da empresa, “já ganhavam a vida no Porto”, o que os levou a ficar.

No entanto, não desistiram de ser autossuficientes, ainda que vivessem na cidade. Decidiram ser empreendedores e focaram-se na agricultura. Foi daí que nasceu, em 2013, a NooCity, centrada na produção de uma pequena horta urbana, com o intuito de dar início a um “novo conceito de cidade”.

E se é possível criar hortas urbanas sem o apoio de qualquer empresa, o CEO explica que o sistema criado pela NooCity se distingue pela “facilidade”. “Por ser muito mais prático, temos um produto mais fácil de montar em casa, que foi desenhado e pensado especificamente para a agricultura urbana. Tem um sistema de irrigação, que dispensa que seja necessária uma rega diária, para além de que tem boa oxigenação que faz com que as plantas sejam mais saudáveis“, explica.

Além de todo o sistema disponibilizado, a empresa disponibiliza ainda um kit que inclui a argila, o fertilizante e as sementes biológicas. Mas não só. É que, ao adquirir o produto, “os clientes ficam com um serviço pós-venda de conselhos e dicas com todos os passos para que tenham hortas saudáveis”. No caso de empresas, a NooCity disponibiliza ainda um funcionário para cuidar das hortas com regularidade, nomeadamente ao nível da rega.

"Tem um sistema de irrigação, que dispensa que seja necessária uma rega diária, para além de que tem boa oxigenação o que faz com que as plantas sejam mais saudáveis.”

José Ruivo

CEO da NooCity

 

Com oito pessoas a integrar a equipa, a NooCity trabalha lado a lado com dois reconhecidos grupos estrangeiros. É o caso do grupo hoteleiro Accor, dono do Ibis ou do Mercure, que “possui um projeto de sustentabilidade que pretende instalar hortas em 1.000 hotéis pela Europa toda”, explica José Ruivo.

À parte deste grupo hoteleiro, o NooCity trabalha também para a My Food, uma startup francesa, que “disponibiliza uma solução para as pessoas terem autossuficiência em casa em termos de vegetais”.

Os clientes ficam com um serviço pós-venda de conselhos e dicas com todos os passos para que tenham hortas saudáveis.

José Ruivo

CEO da NooCity

Ao todo, a empresa portuense trabalha já para cerca de 1.000 clientes individuais e corporativos. Em 2016, foi distinguida com o Prémio Nacional das Indústrias Criativas, tem hortas instaladas desde o Palácio de Belém, em Lisboa, à La Prairie du Canal, em Paris. O objetivo, garante José Ruivo, é chegar a ser “uma referência na agricultura urbana”.

As hortas da NooCity estão à venda através do site da empresa. O preço varia entre os 148 euros e os 296 euros, dependendo do tamanho da horta que o cliente pretender.

Um conceito que já foi além-fronteiras. Depois das cidades portuguesas de Lisboa e do Porto, a empresa portuense opera já em Paris e em Londres.

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