Excedente externo encolhe em 2018. Valor é o mais baixo em seis anos
O saldo da balança corrente e de capital apresentou um saldo positivo no ano passado, mas em queda acentuada face ao ano anterior. Excedente é 29% do registado em 2017.
Portugal fechou 2018 com contas externas positivas mas exibindo uma deterioração acentuada face ao ano anterior. É preciso recuar a 2012 para encontrar uma marca pior.
Segundo dados divulgados esta quarta-feira pelo Banco de Portugal, o saldo da balança corrente e de capital apresentou um valor positivo de 903 milhões de euros no ano passado, que o banco central estima ser equivalente a 0,4% do PIB.
Um ano antes, esta balança tinha registado um saldo positivo de 2.699 milhões, o que correspondia a 1,4% do PIB. É preciso olhar para o ano de 2012 para encontrar um valor pior do que o observado no ano passado. Nessa data – quando o programa da troika estava em velocidade cruzeiro – o saldo da balança corrente e de capital foi negativo, igual a 0,1% do PIB. Daí em diante, entrou em terreno positivo onde se mantém. No entanto, a degradação no último ano foi acentuada, com o excedente em percentagem do PIB a ficar em 0,4% do PIB, ou seja, apenas 29% do que se registou um ano antes.
O valor final do PIB nominal referente ao ano passado ainda não é conhecido – só em 28 de fevereiro o Instituto Nacional de Estatística (INE) publica as contas nacionais referentes a 2018. No entanto, o Banco de Portugal faz uma “extrapolação do PIB nominal para esse trimestre com base na informação parcial divulgada pelo INE”. A 14 de fevereiro, o INE divulgou a estimativa rápida referente ao ano passado o que permite à equipa de economistas do banco central fazer esses cálculos.
Na nota de informação estatística, o banco central explica a deterioração do saldo medido em valores absolutos com a evolução das “balanças de bens e de rendimento primário, parcialmente compensadas pela balança de serviços”.
A balança corrente passou de um saldo positivo para negativo, com a balança de bens a evoluir de um défice de 6,2% para um défice de 7,3% do PIB. A balança de serviços manteve um excedente, que até foi reforçado, passando de 8% para 8,3% do PIB. A balança de rendimento primário viu o seu défice piorar, de 2,5% para 2,8% do PIB.
“O défice da balança de bens aumentou 2.599 milhões de euros. Em contraste, o excedente da balança de serviços cresceu 1.099 milhões de euros, essencialmente devido à rubrica de viagens e turismo, cujo saldo passou de 10 861 milhões de euros para 11 910 milhões de euros. No conjunto do ano, as exportações de bens e serviços cresceram 5,8% (5,4% nos bens e 6,5% nos serviços). As importações aumentaram 7,9% (8,4% nos bens e 6,0% nos serviços)”, revela o banco.
A última previsão do Governo, incluída no Orçamento do Estado para 2019, apontava para um excedente de 1% do PIB, graças ao saldo da balança de capital, já que para a balança corrente o Executivo projetava um saldo nulo. O Banco de Portugal apontava num saldo positivo de 1,3% do PIB.
(Notícia em atualização)
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