CTT tombam 5% após queda nos lucros e corte no dividendo
A cotada liderada por Francisco Larcerda anunciou um corte superior a 70% no dividendo que será entregue aos acionistas e está a ser castigada em bolsa. Na Europa, a sessão abriu mista.
A bolsa de Lisboa abriu esta quinta-feira com perdas ligeiras, num dia misto para as principais praças europeias. O PSI-20 recua 0,12% para 5.171,42 pontos, com quase todos os pesos-pesados no vermelho. O destaque está nos CTT, que afundam 4,8% para 2,98 euros por ação, depois de ter apresentado contas, esta quarta-feira após o fecho da sessão.
Os CTT registaram lucros de 19,6 milhões de euros no ano passado, uma quebra de 28% face ao ano anterior. Os custos com a reestruturação pesaram nos resultados da empresa liderada por Francisco Lacerda, ditando uma quebra de mais de 70% dos dividendos a distribuir, para 0,10 euros por ação.
Mas as contas não são o único problema da cotada. Os CTT estão num conflito público com a Anacom, o regulador setorial, mas o CEO Francisco Lacerda garantiu em entrevista ao ECO24 – um programa da TVI24 com o ECO – que não acredita em teses de perseguição. “Eu não posso acreditar nisso, nem quero acreditar nisso”. Sobre a nacionalização, que é discutida esta quinta-feira no Parlamento, o presidente executivo do operador de correios afirmou: “Não vejo vantagens em ter os CTT nacionalizados”.
Além dos CTT, também a NOS (-0,93%) e o BCP (-0,21%) seguem no vermelho, a penalizar o índice de referência nacional. Na energia, o sentimento é igualmente negativo, com a EDP Renováveis a perder 0,37%, a EDP a recuar 0,24%, a Galp a ceder 0,31% e a REN a deslizar 0,08%.
Em sentido contrário, o retalho segue em alta: a Jerónimo Martins avança 0,75% para 12,74 euros por ação e a concorrente Sonae ganha 0,38% para 0,916 euros. Ainda no verde seguem a Altri (0,41%) e a Semapa (0,13%).
Economia francesa anima bolsas e sobe juros
“A publicação dos índices PMI relativos à atividade económica na Zona Euro merecem uma particular atenção“, referiram os analistas do BPI, numa nota sobre a abertura do mercado. “A desaceleração da economia europeia assumiu contornos mais acentuadas e menos passageiros do que os investidores antecipavam no final do verão passado. De facto, 2018 terminou com duas notas negativas: a economia alemã estagnou no 4º trimestre e a italiana entrou em recessão técnica”.
A atividade empresarial em França — um dos países mais preocupantes para a Europa devido ao impacto dos coletes amarelos na economia — está mais forte que o esperado. A divulgação do PMI francês, esta manhã, levou a uma subida nas bolsas e nos juros das dívidas soberanas da Zona Euro.
O índice alemão DAX ganha 0,40%, o francês CAC 40 sobe 0,15% e o espanhol IBEX 35 avança 0,27%. Em sentido contrário, o pan-europeu Stoxx 600 abriu a perder 0,02%, enquanto o britânico FTSE 100 recua 0,26% e o italiano FTSE MIB 0,03%.
As yields seguem em alta por toda a Europa, mas com maior expressão no ativo-refúgio das Bunds alemãs, que toca máximos de uma semana, nos 0,12%. Em França, agrava 1,5 pontos, para 0,541%. No caso de Portugal, o juro da dívida a 10 anos sobe 0,3 pontos para 1,52%. No mercado cambial, o euro aprecia-se 0,20% para 1,1361 dólares.
(Notícia atualizada às 08h35)
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