Jump versus Gira: o que separa os serviços de bicicletas na capital?

Lisboa tem mais um serviço de bicicletas partilhadas. São as bicicletas da Jump, detida pela Uber. Tem muitas diferenças face às Gira, como o facto de não ter docas de estacionamento.

A Uber já lançou em Lisboa as bicicletas Jump, que farão concorrência às Gira, da Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa (EMEL). O que junta a Gira e a Jump, ambas serviços de bicicletas partilhadas, é que são baseadas numa aplicação para o telemóvel. Mas tirando isso, há muitas diferenças entre as alternativas de mobilidade disponíveis na capital lisboeta.

As bicicletas Jump são todas 100% elétricas, segundo indica a empresa. Têm assistência elétrica, o que permite atingir velocidades de 25 quilómetros por hora. Já a Gira oferece tanto bicicletas elétricas como clássicas, e o utilizador pode escolher na aplicação qual quer usar para a sua viagem, consoante as que estão disponíveis.

Enquanto as bicicletas da Uber estarão disponíveis todo o dia, ou seja, durante 24 horas, tal como o serviço de transporte de passageiros, as Gira têm um horário mais limitado. Estão disponíveis de segunda-feira a domingo, das 6h00 às 2h00 da manhã do dia seguinte, o que impede a utilização durante a madrugada.

Quanto custa uma viagem?

Para andar na Gira terá primeiro de escolher uma modalidade. Tem o passe diário, que pode obter atualmente pelo valor de dois euros, apesar de ter o preço fixado de dez euros, que é válido por um período de 365 dias, contando a partir do dia da subscrição do serviço. O mensal, que custa 15 euros, ou o anual, pelo qual paga 25 euros.

Para quem tem passe mensal ou anual, as viagens até 45 minutos custam dez cêntimos nas bicicletas clássicas, e 20 cêntimos nas bicicletas elétricas. De notar que, de acordo com as condições em vigor, os primeiros 45 minutos são gratuitos. Já com o passe diário só paga se as viagens durarem mais de 45 minutos.

Apresentação da nova plataforma de bicicletas partilhadas UBER Jump - 28FEV19
Bicicletas elétricas JumpHugo Amaral/ECO

Por outro lado, para as Jump tem apenas de ter uma conta na app da Uber, e o custo da viagem será descontado da conta como normalmente. Apesar de terem um período de desconto com viagens gratuitas até 10 de março, cada minuto numa Jump tem o custo de 15 cêntimos. É, assim, consideravelmente mais cara do que a Gira. O tarifário aproxima-se mais daquele praticado nas trotinetes elétricas presentes na cidade, apesar de não cobrar pelo desbloqueamento.

Onde há bicicletas?

A Uber indicou que irá ter cerca de 750 bicicletas em Lisboa, apesar de numa fase inicial não estarem já todas disponíveis. A EMEL tem como meta ter 1.400 bicicletas, mas as que tem em circulação ainda não deverão ter atingido esse valor. Tem pelo menos 450 bicicletas disponíveis atualmente, e mais de 50 estações, de acordo com os dados disponibilizados no site.

O serviço de bicicletas da Uber tem uma cobertura de cerca de 90% do município de Lisboa. Como não necessita de docas, as bicicletas poderão mais facilmente ser distribuídas pela cidade. No inverso, a rede de estações da Gira ainda está em expansão, como é limitada pela instalação das docas. Já está presente em locais como o Parque das Nações, Alvalade e Avenidas Novas, Marquês de Pombal e Avenida da Liberdade, Cais do Sodré e Telheiras.

“Bom senso” a estacionar a bicicleta

Bicicletas elétricas GiraHugo Amaral/ECO

A Gira tem instalado dezenas de docas de estacionamento de bicicletas elétricas em diversas zonas da cidade, e os utilizadores têm obrigatoriamente de começar e terminar lá as viagens. Esse não será o caso com as bicicletas Jump. Não necessitam de docas, mas deverão, no entanto, ser estacionadas nos locais adequados, já que estão sujeitas ao código da estrada.

As bicicletas da Uber têm um cadeado, que tem de ser fechado para terminar a viagem, que encaixa no “mobiliário urbano” ou zonas de estacionamento. Atualmente, a cidade lisboeta tem 3.000 lugares de estacionamento para bicicletas, número que a CML quer aumentar em quatro mil, para totalizar os sete mil lugares, segundo avançou Miguel Gaspar, vereador da mobilidade na Câmara de Lisboa, sem no entanto adiantar prazos para este objetivo.

O vereador aponta também que é necessário as pessoas terem “bom senso” aquando o estacionamento das bicicletas, para não as deixarem no meio da rua. Tomando como exemplo as trotinetas que já ocupam as ruas lisboetas, pode ser difícil controlar os locais onde são deixados os veículos. A Lime criou inclusive uma patrulha dedicada a tratar das trotinetas mal estacionadas.

Mas há zonas vermelhas na capital onde não se pode acabar uma viagem nas Jump. Localizam-se no Bairro Alto, perto do Castelo e Alfama, porque são zonas mais “sensíveis do ponto de vista do espaço público”, explicou Miguel Gaspar, na apresentação do serviço, devido à tipografia, pavimento e passagem do elétrico, por exemplo.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

Jump versus Gira: o que separa os serviços de bicicletas na capital?

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião