Dois administradores do BCP investiram 600 mil euros na dívida perpétua do próprio banco

Além de Nuno Amado, que já tinha anunciado o investimento, também Jorge Manuel Magalhães Correia ficou com obrigações perpétuas emitidas pelo banco. A Fidelidade ficou com 25 milhões.

Jorge Manuel Magalhães Correia é o segundo administrador do BCP a anunciar que investiu na dívida perpétua emitida pelo banco há um mês. O CEO da Fidelidade e vice-presidente do Conselho de Administração do BCP colocou 200 mil euros nas obrigações classificadas como Additional Tier 1 (AT1), que conta para os rácios de capital.

O administrador comprou os títulos em mercado secundário, pelo que pagou mais que os investidores que adquiriram na emissão. Jorge Manuel Magalhães Correia (que é administrador desde 2018 e cujo mandato dura até 2021) pagou 102,35% do preço dos títulos, segundo comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Além de Magalhães Correia, também o antigo CEO e atual chairman, Nuno Amado, tinha já anunciado que investiu outros 400 mil euros. A aposta da administração sinaliza a confiança no futuro do banco, que regressou este ano aos lucros e ao pagamento de dividendos aos acionistas.

Na operação, a procura por obrigações quase duplicou o valor da oferta disponível e o montante das ordens dadas atingiu os 750 milhões de euros. A seguradora Fidelidade, que é detida pelos chineses da Fosun que são também acionistas maioritários do BCP, comprou outros 25 milhões de euros.

A 26 de janeiro, o BCP emitiu 400 milhões de euros com um juro de 9,25%. Estes títulos não têm prazo, mas poderão ser reembolsados ao fim de cinco anos, caso o banco o decida. Esta dívida conta para os rácios de capital pelo que é considerada mais arriscada entre os vários tipos de dívida porque é a primeira a enfrentar perdas em caso de problemas no banco que a emite. É por isso, tendencialmente, mais cara para as instituições financeiras.

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